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Ato 5 - Sua Palma é Muito Estreita para um Salão de Dança

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"Mestra!" (Milkit)

A voz da Milkit estava vazia. A carne de sua mestra foi dilacerada pela magia do vento, as partes do corpo espalhadas estavam caindo na terra. Ambos os braços, pernas, cabeça e tronco: um total de seis partes afundaram no chão macio, ensopando de sangue as folhas.

"Ah... oh, oh, oh!" (Milkit)

Esse tanto, esse tanto - Milkit não conseguia mexer as pernas, pois a sensação de desesperança dominava seu corpo. O Anzu bufou de satisfação quando voltou seus olhos negros para ela, a sobrevivente restante. Sua boca distorceu como se estivesse rindo dela. Ela podia ver as rugas se formando nas bochechas e o sangue dos lobisomens nas presas que ele comeu. Era como se estivesse declarando "eu vou te matar em seguida".

Milkit estava congelada.

A ideia da morte não a incomodava. Até a própria morte dela estava bem. Viver era muito mais assustador.
Mas agora ela viu garras afiadas, presas pontiagudas e magia poderosa que facilmente desmembraram um corpo humano, todos presos a um monstro com mais de quatro metros de comprimento. Nenhuma dessas armas era algo a que Milkit pudesse resistir. Diante de uma enorme diferença de poder, qualquer humano sentiria um terror instintivo.
As pernas e os pés de Milkit tremiam incontrolavelmente. Ela não sentia exatamente que queria viver, mas queria muito fugir.
O Anzu rugiu e arranhou o chão com as patas dianteiras antes de pular em sua presa. Milkit agachou-se reflexivamente enquanto passava os braços pela cabeça ao ver um monstro tão grande se aproximando tão rapidamente. O monstro passou e caiu do outro lado.

O coração de Milkit começou a bater forte. Ela não acreditava que seria capaz de fugir, mas se tentasse, teria pelo menos uma chance. Seus pés afundaram no chão lamacento enquanto ela corria para frente. Para qualquer um que a visse escapar, o Anzu obviamente tinha espaço de sobra. Apenas pular uma vez diminuiria facilmente a distância.
Milkit ofegou enquanto corria. Ela não estava acostumada a correr, mas era tarde demais para qualquer coisa, exceto arrependimentos. O Anzu que a observava chegou a uma conclusão: ela não passava de um brinquedo.
Então o monstro começou a brincar.
Ele saltou para ela, com o objetivo de passar perto, mas não atingi-la diretamente. Apreciou a vista enquanto ela rolava no chão. Rasgou suas roupas levemente com sua garra, divertindo-se com a forma como a voz dela gritava de terror. Ele abriu a boca e rugiu para ela, satisfeito com a forma como ela se afastou.
No entanto, o corpo de Milkit era frágil. Diante de um estresse tão extremo, sua força física logo se esgotou. Entediada por sua reação enfraquecida, o Anzu se preparou para levar o jogo à sua inevitável conclusão. Ele reuniu sua energia mais a sério, preparando-se para o ataque letal.

"Isso dói, mas..." (Flamm)

A voz veio de trás do Anzu quando algo agarrou sua cauda.

"Devo dizer que o equipamento épico é incrível? Ou devo chorar por sofrer tanto sem morrer?" (Flamm)

Embora ela estivesse reclamando, ela também aumentou seu aperto. A cauda era uma parte sensível de um monstro. O Anzu torceu a testa enquanto olhava por cima do ombro.

"Então, você ataca pessoas assim... com qual escrava você pensa que está brincando?" (Flamm)

Flamm balançou sua espada de grandes dimensões com uma mão e cortou o rabo do Anzu.
O monstro uivou e pulou para longe. Ele caiu em choque com a dor que sofreu. Flamm levantou a espada mais alto, fazendo uma careta devido à dor nos ombros não totalmente reparados e cortou a perna traseira do monstro.
Mais uma vez o Anzu gritou quando a espada perfurou sua pele. Desta vez, a ferida se abriu e começou a sangrar quando o Anzu rolou para as árvores.

"Dói, não é? Você me machucou muito mais do que isso quando cortou meu corpo em pedaços! Embora tenha sido curado, ainda dói muito" (Flamm)

Flamm sabia que o monstro não podia entendê-la, mas ela não pôde deixar de reclamar. A dor era muito forte.
Quando ela foi atingida pela magia do vento e seu corpo foi cortado em pedaços, ela não pôde fazer nada além de esperar para morrer. Enquanto o sangue fluía, sua consciência desapareceu e o frio se arrastava, ela só podia se agarrar à esperança de que Milkit escapasse.
Estranhamente, o fluxo de sangue parou depois de um tempo, e ela começou a sentir como se as partes divididas de seu corpo estivessem conectadas por um poder mágico. Uma força invisível atraiu e uniu cada parte e então suas feridas começaram a curar. Enquanto demorou um pouco para se regenerar, ela ainda estava viva, como quando foi mordida pelo carniçal. Flamm estava começando a pensar que ela não poderia morrer a menos que sua cabeça fosse esmagada, causando uma morte imediata.

O Anzu se levantou e encarou Flamm. Seus movimentos eram mais desajeitados do que antes. O pelo da perna de trás estava emaranhado com sangue do corte que Flamm havia feito. Mesmo um grande monstro pode ser ferido por um ataque da Zwei Hander.

"Mestra, estou feliz que você esteja bem... graças a Deus", disse Milkit, segurando seu peito em alívio. Ela estava do outro lado do monstro.

Flamm também ficou aliviada por Milkit ainda estar viva.

"Milkit, fuja agora!" (Flamm)
"Tudo bem! Por favor, não faça nada imprudente!" (Milkit)

Milkit voltou correndo para a capital o mais rápido que pôde. Com isso, Flamm poderia se concentrar na batalha que está por vir com menos uma preocupação em sua mente.

"Com um oponente como este, ficar aqui de pé é imprudente", disse Flamm, com um sorriso amargo no rosto.

O Anzu concentrou-se inteiramente em Flamm. Nem sequer olhou para Milkit enquanto ela fugia.

"Deve ter sido retardado pela lesão na perna", disse Flamm, pensando em voz alta. "Embora você tenha garras e presas, e eu tenha que tomar cuidado com sua magia... eu devo ser capaz de vencer" (Flamm)

Claro, ela não tinha base real para sua conclusão.
Agora que o monstro estava ciente dela, Flamm lutou com cautela. Ela circulou em volta, tentando várias vezes atacar as pernas da frente do Anzu. Ele se moveu para o lado e continuou a encará-lo, evitando seus ataques. Nenhum deles estava ansioso para diminuir a distância. Embora Flamm não tenha conseguido acertar outro golpe, o sangue ainda estava fluindo do ferimento na perna de trás. Quanto mais a luta prosseguia, melhor para ela.
O Anzu agiu para quebrar o impasse. Com um bater de asas, ele foi para o céu.

Flamm ficou surpresa. Ela esperava que o Anzu avançasse, mas não que subiria.
As asas do Anzu não permitiram voar por longas distâncias. No entanto, elas eram poderosos o suficiente para deslizar e ajudá-lo a pular.
O Anzu foi capaz de ficar alto o suficiente para que Flamm não conseguisse rastrear sua posição através das folhas no alto. Enquanto isso, o Anzu confirmou cuidadosamente seu alvo e mirou, usando suas asas para ajustar sua direção. Terminada a preparação, ele mergulhou direto nela. Flamm ouviu sua aproximação ao descer e pulou para fora do caminho.
O Anzu caiu com baque.
O chão tremeu com o impacto. Folhas caíam das árvores próximas. Uma cratera se formou no chão ao seu redor.
Mas nada disso importava se não a atingisse. Flamm, depois de se afastar um pouco do ponto de aterrissagem, preparou-se para cortar o monstro enquanto ele estava se recuperando.
Antes que ela pudesse agir, uma rajada de vento avançou. O ataque anterior não foi apenas um ataque de cima. O Anzu também havia preparado uma magia de acompanhamento. Desta vez, não era uma lâmina de vento afiada, mas uma simples rajada de vento com a força de uma tempestade atrás dela.

"Eu sabia que tinha que tomar cuidado com a magia... Caramba!" (Flamm)

Flamm foi capaz de resistir ao vento por um momento, mas no final ela foi mandada longe. Apesar de ser forte, ela ainda era uma iniciante na batalha. Ela não tinha um instinto de luta arraigado. Não apenas havia uma lacuna de poder entre ela e o Anzu, ela também era uma amadora.
Flamm gritou involuntariamente quando suas costas bateram em uma árvore. Havia uma sensação de dor como se sua coluna tivesse quebrado, mas quando seu corpo deslizou pela árvore para cair no chão, ela estava completamente curada. De onde ela estava deitada, podia ver uma visão embaçada das garras do Anzu cortando adiante.
Ela usou os braços para se levantar e rapidamente saiu do caminho. Ela podia sentir as ondas de choque quando o Anzu colidiu com a árvore atrás dela. Ela se sentiu mal com o pensamento de enfrentar aquele ataque.
Flamm caiu de pé e notou que sua espada não estava mais em sua mão. Parecia que ela deixou cair quando foi derrubada. No entanto, quando ela olhou, não estava em nenhum lugar no chão da floresta e o emblema estava de volta na palma da mão. Flamm se concentrou e chamou a espada. Apareceu imediatamente em sua mão mais uma vez.

"Huh, como esperado de um equipamento Épico" (Flamm)

Flamm agarrou a espada com as duas mãos e encarou o Anzu. O monstro se levantou e olhou para ela. Ela lembrou a si mesma novamente para tomar cuidado com sua magia. O Anzu já havia mostrado mais maneiras de lutar do que ela esperava. Era perigoso de longa distância e também em curta distância. Provavelmente era impossível para alguém como ela lutar contra isso e sobreviver intacta.
Em outras palavras, a única maneira de uma amadora como Flamm poder combater...

"Minha força é essa cura absurda, certo?" (Flamm)

Ela não estava acostumada com a dor de cortes e ossos quebrados, mas era uma vantagem esmagadora demais para evitar feridas curtas ou algo como morte imediata. Usando isso, ela poderia lutar contra o Anzu.

"Eu realmente odeio a dor, mas, bem", disse Flamm, "se eu morrer, Milkit provavelmente também morrerá. Se eu pensar assim, posso sentir esse desejo heroico dentro de mim de fazer o meu melhor" (Flamm)

Flamm concentrou seus pensamentos na figura correndo pela floresta em busca de uma saída. Ela sentiu sua própria determinação começar a tomar forma. Lembrou-se do calor quando elas estavam de mãos dadas. Ela podia sentir sua coragem se solidificando. No final, o desejo heroico de Flamm era um tanto simples. Para a garota que ela acabou de conhecer hoje, ela apostaria sua vida.

"Bem, vamos lá, eu vou ser uma heroína!", disse Flamm, um tanto cinicamente, antes de atacar diretamente o Anzu.

A grande espada, mantida baixa, roçou o chão. O Anzu, sabendo que era mais poderoso, não tentou evitá-la. Em vez disso, aceitou o desafio e permaneceu forte. Um passo, dois passos, três passos - colisão.
Ao se aproximar, o Anzu golpeou suas garras na cabeça de Flamm. Ela abaixou o corpo para a direita, para que as garras arrancassem apenas seu ombro esquerdo. Mais pedaços de carne estavam espalhados pela clareira, e Flamm podia sentir um calor ardente nos ossos expostos que seu cérebro ainda não reconheceu como dor. Ao mesmo tempo, Flamm continuou avançando e cortou o corpo do Anzu quando ele passou por ela.
Os dois gritaram de dor.
O dano total causado por cada lado foi comparável. No entanto, as feridas de Flamm curariam em alguns segundos, enquanto as do Anzu permaneceriam.
Flamm deslizou até parar nas folhas caídas. Ela rapidamente se virou para encarar o monstro mais uma vez.

Apesar de sentir dor, a asa de Anzu começou a tremer de uma maneira que dava a Flamm um sentimento ameaçador. Naquele momento, ela pôde sentir que o Anzu estava preparando seu trunfo: a magia de vento que havia rasgado Flamm em pedaços mais cedo.
Flamm sentiu um calafrio percorrer sua espinha quando se lembrou da dor de seu corpo sendo cortado. Ela não conseguiu reprimir um arrepio. Felizmente, parecia que a concentração do Anzu estava perturbada por seus ferimentos, pois não estava invocando a magia tão suavemente quanto na primeira vez.
Ainda assim, seria difícil perturbar a invocação à distância. Por outro lado, se ela se aproximasse e tentasse enfrentar os dentes e as garras do Anzu, ela poderia facilmente sofrer uma lesão fatal.
Se ela não conseguisse impedir que a magia seja lançada, ela poderia evitar as lâminas invisíveis que certamente atingiriam sua cabeça? Difícil. Muito difícil. Não é impossível, mas é impossível ter certeza. Infelizmente, Flamm não tem uma arma de longo alcance.
Não havia como atacar o monstro daqui? Quando ela olhou em volta e pensou, tudo o que ela podia ver eram as árvores crescendo até no céu.

"Aha!" (Flamm)

Ela não teve tempo para pensar em sucesso ou fracasso. Ela girou e balançou a Zwei Hander com todas as suas forças contra o tronco de uma árvore.
Um barulho ecoou pela floresta. Havia uma resistência considerável, mas ela ainda causou danos suficientes para fazer a árvore cair. No entanto, estava prestes a cair na direção errada.

"Yaaa!" (Flamm)

Desta vez, ela grita enquanto balança a ponta da espada. De novo e de novo. Balanços completos com as duas mãos. Sob o impacto de seus ataques implacáveis, a direção da queda da árvore foi desviada para o Anzu.
A magia estava à beira de ser liberada. O Anzu, distraído pela magia, não percebeu que a árvore estava caindo em sua direção até pouco antes do impacto. Aterrissou sobre as costas, forçando as pernas a dobrar até a barriga tocar o chão. O Anzu estava preso no lugar. Um monstro tão forte, no entanto, acabaria escapando, mesmo disso, se tivesse tempo suficiente.
Flamm não pretendia permitir tanto tempo.

"Eu o peguei!" (Flamm)

Flamm avançou a toda velocidade. Ela saltou no ar quando se aproximou do Anzu. Segurando a espada diante dela com as duas mãos, ela a enfiou na testa do monstro com toda a força.
A lâmina penetrou no crânio com uma rachadura e um barulho de esguicho. Ela ainda podia ouvir o monstro gemendo. Ainda não estava morto. Flamm acrescentou força com os dois braços e empurrou até que a lâmina afundou até o punho.
Com um grande gemido, o poder mágico começou a sair das patas do Anzu. Todo o seu corpo tremia. Flamm deu um pulo de susto. Enquanto ela observava, o monstro finalmente ficou mole. O último suspiro de magia não fez mais do que agitar as folhas caídas.
Flamm respirou fundo algumas vezes, os ombros erguendo-se para cima e para baixo enquanto olhava o cadáver.

"Ah, nossa... isso foi muito difícil para uma primeira vez" (Flamm)

O monstro estava completamente morto. Uma vez que Flamm estava convencida disso, todo o poder foi drenado de seu corpo. Ela abriu as mãos e caiu para a frente no que era quase uma zombaria da postura do Anzu, depois rolou de costas.
Flamm suspirou. A cama feita de folhas estava se mostrando surpreendentemente confortável. Estava um pouco úmido e frio e ela podia sentir suas roupas se molharem, mas isso não era um problema específico, pois ela já estava coberta de suor e sangue.
Olhando através das brechas nas árvores, ela podia ver um céu ligeiramente laranja. Ela quase podia ouvir alguém dizendo que precisava voltar para casa antes do anoitecer.

"Até o céu está me intimidando", ela reclamou com ninguém em particular.

As feridas que ela recebeu durante a batalha haviam se curado tão claramente que nenhuma marca permaneceu, mas ela ainda sentia dores. Não havia nada que ela pudesse fazer sobre a dor fantasma, apenas sofrer com isso. Parecia que pequenas faíscas estavam disparando para cima e para baixo em seu corpo.

"Eu tenho que lutar contra monstros assim, as pessoas da guilda são bastardos... o que vai acontecer a seguir?" (Flamm)

Flamm sentiu uma insegurança rodopiante. Parte dela não queria voltar para o reino. Mas, enquanto pensava em fugir, imaginou Milkit, esperando o retorno de sua mestra na entrada da floresta. Imaginar sua figura solitária motivou Flamm um pouco, pelo menos o suficiente para se sentar.

"Bem, Dain, o que você vai pensar de mim agora?" (Flamm)

Não importa um lobisomem, se ele soubesse que ela havia derrotado um Anzu classe C, ele poderia desmaiar. Flamm se levantou, imaginando a expressão de choque em seu rosto.