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Episódio 14 - O Império Imperial Carmesim
Passos familiares pararam na frente da sala, após uma pequena pausa a porta se abriu.
Essa pessoa - apesar dos detalhes não poderem ser vistos por causa da iluminação de fundo, com apenas um olhar, Carlos entendeu que a pessoa é alguém que ele estava esperando. Carlos deu um leve sorriso enquanto continuava sentado em sua cadeira.
"— Bem-vindo de volta, Vossa Alteza. Achei que você não chegaria a tempo" (Carlos)
"Que pena, havia um monte de idiotas que me atacaram no caminho" (Maroudo)
Ao ouvir aquela voz nostálgica, mas familiar, Carlos foi dominado pela vontade de chorar e não conseguiu encontrar palavras para dizer.
"Mesmo assim, você não parece surpreso. Os outros caras estavam olhando para mim como se eu fosse um fantasma — bem, não que eles estivessem errados" (Maroudo)
Ao ouvir isso, o sorriso do Carlos se aprofundou.
"... Como está a situação lá fora?" (Carlos)
"Hn? Ah, eles pararam de saquear por enquanto e estão no meio da execução pública da realeza, nobres e funcionários. Além disso, pode haver alguns idiotas que vão colocar fogo neste lugar em breve, então eu acho que o palácio real também está acabado" (Maroudo)
Mesmo que ele diga isso como se fosse da conta de outra pessoa, percebendo um toque de solidão em sua voz, Carlos olhou para ele com um olhar suave.
"Bem, isso é bom... ou não, como pensei, é lamentável" (Carlos)
"Hah? O que é?" (Maroudo)
"... o que é lamentável é como o lugar que está cheio de nossas memórias irá desaparecer—" (Carlos)
Naquele momento, as memórias de sua infância voltaram em seus corações.
Tudo estava brilhando.
Tudo era um tesouro.
Tudo está — agora naqueles dias inalcançáveis.
"Isso é verdade. Muitas vezes caminhamos em torno dos túneis subterrâneos e caminhos secretos do palácio real, tratando isso como uma expedição juntos" (Maroudo)
"Não diga 『juntos』, eu estava apenas seguindo Vossa Alteza. Agora que penso sobre isso, se fossemos descobertos, embora Vossa Alteza iria estar bem, eles poderiam ter me matado para selar a minha boca" (Carlos)
Carlos disse isso como se estivesse censurando, e quem recebeu pareceu se sentir mal e coçou a bochecha.
Olhando para aquele mau hábito imutável, as bochechas do Carlos relaxaram.
"Foi mal. Bem, dito isso, por causa disso, agora eu posso entrar no palácio real facilmente e eu até encontrei meu pai e seus companheiros no caminho, então o resultado sábio não é uma coisa ruim, certo?" (Maroudo)
"Isso é apenas coincidência, você sabe. Você não sabe quantas dificuldades enfrentei todas as vezes por causa de suas condutas aleatórias? – Incidentalmente, Vossa Alteza os julgou?" (Carlos)
"Não, embora eu tenha matado o meu irmão mais velho porque ele tentou fugir. Porém, como o pai estava berrando e implorando por sua vida, a princesa ficou surpresa e decidiu jogá-lo na fila da execução. Então agora ele está esperando pela sua vez...... Mas como eu deveria dizer, derrotar aquele que é o símbolo deste país deveria ser meu objetivo principal, mas olhando para a realidade disso, todos os meus esforços, minha campanha política e tal, realmente parece uma piada" (Maroudo)
Bem, ele é alguém com quem era difícil lidar quando eu era criança, ele resmungou.
"Então você finalmente entendeu? Meu Deus, isso é porque você não estava sendo como sempre, se não, talvez nunca tivesse notado..." (Carlos)
Entediado com a linguagem abusiva, a silhueta arranhou seu cabelo.
"— Você... eu ouvi da princesa que você quer um julgamento por seus pecados, mas quando a própria pessoa aparece na sua frente, por que você está a repreendendo?" (Maroudo)
"Claro que era minha intenção original, mas quando na frente da própria pessoa, eu não posso evitar... bem, esta é a última vez, então você pode ignorar com um sentimento de leveza" (Carlos)
"..." (Maroudo)
Talvez entendendo o que Carlos estava tentando insinuar, a silhueta que estava parada na porta fechou sua boca.
"— Sim, está certo, o motivo pelo qual não estou surpreso e o motivo pelo qual disse 『isso é bom』" (Maroudo)
Enquanto dizia isso, Carlos engoliu a sensação que aos poucos cresceu dentro dele e tirou uma folha de um memorando.
"?" (Maroudo)
"... A verdade é que também usei a rota de fuga da família real. Eu não tenho o direito de te dar um sermão. E embora isso possa ser desrespeitoso, já que temo que possa haver alguma multidão que vise os acessórios do enterro no cemitério da família real, tomei a iniciativa de mover os restos mortais da Princesa Angélica para cá. Mais tarde, deixarei que Vossa Alteza volte a enterrá-la – Ou talvez, nas mãos de Sua Alteza Hiyuki, ela possa retornar a este mundo como Vossa Alteza?" (Carlos)
A expressão do Carlos era como se perguntasse fracamente 『Se for possível, então eu gostaria de encontrá-la mais uma vez』, mas a silhueta balançou levemente sua cabeça.
"Não, já se passou muito tempo após a morte dela, mesmo com o poder da princesa seria difícil. E a princesa parece que não quer fazer isso de qualquer maneira" (Maroudo)
Enquanto respondia assim, ele se lembrou de suas conversas com a Hiyuki.
『"Isso é blasfêmia para os mortos, você sabe. Bem, eu não me importo de fazer isso em mortos não naturais ou em um acidente, mas reviver alguém que morreu por suicídio é desumano, certo? Devolver alguém ao inferno é lamentável. É por isso que eu quero que ela seja reencarnada normalmente - eu também acredito na reencarnação, mesmo que apenas um pouco"』 (Hiyuki)
"— Entendo, embora eu queira dizer algumas palavras de desculpas para a Angelica-sama, bem, talvez eu possa fazer isso do outro lado..." (Carlos)
"..." (Maroudo)
"Vamos voltar ao assunto, quando transportei os restos mortais da Angelica-sama, verifiquei o caixão de sua alteza e descobri que o cadáver não estava mais lá. Já que também recebi algumas dicas de Sua Alteza Hiyuki, eu poderia adivinhar... bem, é uma espécie de pensamento positivo" (Carlos)
"... Então este é o resultado hein. Você é mais estúpido do que eu esperava" (Maroudo)
Essa silhueta deu um passo à frente e entrou na sala enquanto dizia isso.
Então, em um instante, o cheiro espesso de sangue encheu a sala, girando em torno do corpo da silhueta.
"Bem, meu senhor é estúpido, então posso ter sido infectado por sua estupidez" (Carlos)
Mesmo enquanto contava uma piada como essa, a sombra da morte flutuava em seu rosto. Maroudo, que havia tirado a máscara — Ashyl Cloud —, pegou o memorando, e ao olhar para a pessoa que estava cheia de feridas cortadas no corpo e não tinha força suficiente para se levantar, soltou um suspiro.
"Sua habilidade com a espada é medíocre, então você não precisa se esforçar assim" (Maroudo)
Ele se lembrou dos cadáveres dos desordeiros que estavam espalhados do lado de fora da sala.
Talvez seja o resultado de ele defender esta sala — sua sala privada — dos desordeiros que tentaram saqueá-la, sozinho.
"Isso não vai funcionar. Porque eu sou o Aide de Sua Alteza Ashyl Cloud" (Carlos)
"Aide hein?" (Maroudo)
"... Não, Sua Alteza Hiyuki disse isso para mim, talvez sejamos meio que parceiros no crime" (Carlos)
Ele sorriu feliz.
"Isso é verdade!" (Maroudo)
Ashyl Cloud sorriu abertamente. Ele baixou os quadris e desembainhou sua espada longa.
"— parece que está quase na hora. Você quer que eu dê o golpe final?" (Maroudo)
"Por favor" (Carlos)
Diante de Carlos, que mostrou uma expressão clara e abaixou a cabeça, está o solitário Ashyl Cloud com uma espada na mão.
"Você tem alguma última palavra?" (Maroudo)
"... Sinto muito, Sua Alteza!!" (Carlos)
Em direção ao grito que foi preenchido com todo o seu ânimo, Ashyl Cloud respondeu com um sorriso.
"— não se preocupe. Você é meu amigo, certo" (Maroudo)
"Sim, muito obrigado" (Carlos)
Em um instante, na escuridão, uma única luz brilhou.
"Isto é para você" (Hiyuki)
Em direção à pequena caixa que foi apresentada à sua frente com um rosto cheio de sorrisos, os olhos do Líder da Guilda Collard olharam para ela como se ele estivesse vendo uma bomba.
"... o que é isso?" (Collard)
"O 『Selo da Nação』. Recebi do Rei há um tempo, você vê, mas como não preciso, vou dar a você" (Hiyuki)
Em um instante, o líder da guilda Collard arregalou os olhos e recuou enquanto apertava sua mão.
"E-eu não quero! Se eu receber, não poderei mais voltar!" (Carlos)
Bem, eu acho que já é impossível para você voltar agora.
"— você, isso significa que você não vai aceitar algo que a Princesa está lhe dando...?" (Utsuho)
Utsuho, que olhou para aquilo, tentou confirmar com uma voz estranhamente baixa.
No entanto, se você olhar de perto, seus olhos são de uma fera e você pode até ver presas saindo de sua boca, que estava escondida por um leque.
Além disso, os membros da Mesa Redonda o cercavam e o exército de demônios olhava para ele com intenção de matar.
Encarando o perturbado líder da guilda, com suor frio escorrendo pelo rosto, encolhi os ombros levemente.
"Bem, se você não quiser, vou jogá-lo fora. Acontece que, se você o tiver, poderá apelar para outros países, algo como ter sucedido legitimamente a nação atual. No entanto, se você não aceitar, essa nação será uma colônia direta do 『Imperial Carmesim』, é por isso que pode haver algum atrito entre este país e os países vizinhos" (Hiyuki)
Quando eu disse isso, o Ogro Princesa Sophia ergueu a mão,
"Princesa, se este país se tornar seu, posso comer humanos como eu quiser?" (Sophia)
"Claro. Mate e coma como quiser, brinque com eles como quiser" (Hiyuki)
Utsuho soltou uma risada descuidada.
"Então, então. Posso comer o ninho humano anterior — Arra City — que eu não tinha permissão para comer antes?" (Sophia)
"Você pode comer em Arra, ou até em outro país. Pessoas como os humanos são abundantes, eles vão continuar a crescer" (Hiyuki)
Em direção a Utsuho, de repente a tensão do exército de demônios aumentou e eles gritaram de alegria.
... Parece que invasões em outros países já é uma questão fixa.
"... Viu. Por sua causa, o mundo está em perigo" (Hiyuki)
"Is-isso é minha culpa?!" (Collard)
Tendo toda a responsabilidade colocada em seus ombros, o líder da guilda Collard gritou histericamente — eu não sinto nenhuma simpatia. Se ele simplesmente dissesse 『sim』 obedientemente, não haveria problemas.
Assumindo a responsabilidade pelos monstros? Eu não me importo mais com isso.
"Bem, é por isso que, se for possível, quero resolver isso pacificamente" (Hiyuki)
Na frente do abatido e sem vida Líder da Guilda Collard, eu estendi a pequena caixa com o selo do estado mais uma vez.
"A 『paz』 de que você fala é algo como suprimir os outros com medo e violência? Se sim, então fazer um acordo com piratas ou raças em guerra é muito mais pacífico, eu acho" (Collard)
"Isso é apenas uma questão de perspectiva. Bem, há um ditado que diz, 『nada pode tornar a vida mais fácil do que a violência』, também é evidente que isso torna as coisas mais simples" (Hiyuki)
Não sei se o líder da guilda Collard está ouvindo minhas palavras ou não, mas ele deu um suspiro profundo — muito profundo, enquanto aceitava a caixinha que apresentei na frente dele.
A guerra entre o 『Imperial Carmesim』 e o Reino Amitia terminou em apenas meio dia.
No mesmo dia, na Capital Imperial Caldia, houve uma revolta repentina que resultou na execução da realeza e dos nobres. Na verdade, o Reino Amitia já desmoronou a partir disso, porém, com o país vitorioso — 『Imperial Carmesim』 — ofereceu apoio, junto com a cidade livre Arra mais a guilda de aventureiros e a guilda de mercadores que rapidamente receberam aprovação doméstica e a revolta foi suprimida com sucesso.
Em três dias, a paz havia retornado ao país.
Em pouco tempo, para preencher a vaga posição de Rei, o anterior líder da guilda de aventureiros da cidade livre Arra, Collard Joculator Aldenant, foi nomeado como um rei temporário. O nome do estado foi revisado e mudado para República Amitia.
Isso foi explicado como um movimento preliminar para o futuramente mudar o sistema de governo atual, do sistema de Monarquia para o sistema de República. (Embora o atual Rei — Collard — tenha explicado para aqueles que são próximos a ele que 『esta é uma vingança contra a Soberana do Reino Imperial』)
No mesmo mês, foi concluído um pacto de não agressão com o 『Imperial Carmesim』, embora metade do conteúdo desse pacto pudesse ser visto como colonização indireta pelo 『Imperial Carmesim』.
Dito isso, a desordem durou apenas um mês, e o impacto para a parte ocidental das finanças do continente e de outros países foi mínimo, então, da perspectiva do Rei Collard, é uma coisa valiosa — pelo menos por enquanto haverá paz.
No entanto, este é o ano em que o nome do 『Imperial Carmesim』 será registrado nos livros de história deste grande continente.
Reino Sagrado Eon, Cidade Sagrada Faximile.
A cidade inteira é um templo, e no meio da cidade está a 『Torre Divina Azul』 — uma enorme torre construída com materiais desconhecidos que se ergue majestosamente como se perfurasse o próprio céu.
No último andar da torre, onde ninguém, exceto aqueles com permissão de um alto clérigo ou grande papa pode entrar, da janela aberta, um pássaro tão grande quanto um corvo com asas ricamente coloridas, parou no poleiro enquanto cantava 『estupido, estupido』. [NT: 『Aho, aho』]
Ouvindo isso, a pessoa que ergueu o rosto — se as pessoas da igreja estivessem aqui, poderiam duvidar de seus olhos, um homem com cabelo azul e pele bronzeada escamosa — levantou-se de uma cadeira luxuosa e caminhou em direção ao pássaro.
"Então você está de volta. Agora, me diga o que você viu" (Homem)
Enquanto dizia isso, ele agarrou o pássaro, e sem hesitar, torceu seu pescoço e o matou, em seguida, engoliu-o inteiro.
Mantendo essa postura por um tempo, ele fechou os olhos, mas logo uma risada abafada começou a fluir de sua boca.
"......... kukukukuku! Tive dúvidas quando ouvi 『Imperial Carmesim』, mas acho que é realmente a Hiyuki-chan. Nunca imaginei que nos encontraríamos novamente depois de todo esse tempo" (Homem)
Seu olhar brilhou com luxúria e ele olhou para cima.
"Estou realmente ansioso por isso, quando eu quebrar essa flor com minha mão! Nessa hora, vou admirá-la completamente. Kukukukuku!..." (Homem)
A risada do homem reverberou na sala vazia do andar superior da torre.
Nota do Autor:
Há muitas pessoas que querem que a Angélica seja revivida, mas desde o início um desses irmãos seria sacrificado, então... por favor, engulam suas lágrimas.
E para aqueles que esperam por algo assim, por favor me perdoem.
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