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Recuperando a Paz




Depois de colocar uma gaze, Shirley envolve uma bandagem na ferida na testa do Kyle.

Kyle: “Ow ow ow...”
Shirley: “Me desculpe, isso doeu...?”
Kyle: “E-Eu estou bem. Só doeu um pouquinho, eu posso lidar com isso.”

Depois que tudo aconteceu, Shirley trouxe o Kyle de volta ao seu quarto na Casa do Déficit e está ajudando-o com suas feridas, para mostrar o quão agradecida ela está por ele ter arriscado sua vida pelas suas filhas.
Com aqueles olhos brilhando como joias em um rosto bonito, sua fragrância flutua até seu nariz e vai direto a seu cérebro, o deixando bêbado com a atmosfera.

Shirley: “E isso... deve servir.”
Kyle: “Ah, m-muito obrigado.”

Quando Shirley termina de amarrar a bandagem, Kyle sente uma estranha mistura de alívio e desapontamento por ter acabado, porém, enquanto ele luta com seu conflito interno, Shirley se aproxima.

Shirley: “Eu estou verdadeiramente grata Kyle. É por sua causa que minhas filhas estão à salvo.”
Kyle: “Isso... Não, está tudo bem. Você salvou minha vida antes, então é apenas certo que eu...”
Shirley: “Eu realmente estou em débito com você... Então...”

Ele ouve o farfalhar de roupas. Quando levanta os olhos, achando que algo está errado, ela fica chocado ao ver que a Shirley tirou a parte de cima do vestido, expondo as costas e a clavícula.

Kyle: “S-S-S-S-S-Srta. Shirley!?”
Shirley: “Kyle... Você pode aceitar isso como agradecimento...?”
Kyle: “N-N-N-Não! Uh, digo, se qualquer coisa, eu que deveria te agradecer! Mas, espere, não é cedo demais...!?”

Shirley encosta no peito do Kyle com o rosto de uma mulher profundamente apaixonada. É no momento em que o peito abundante dela parece que será exposto---
--

Canary: “Oh, você acordou de seus sonhos prazerosos?”
Kyle: “Me mate! Só me deixe morrer!”

Enquanto Shirley está tendo uma conversa franca com suas filhas, Canary esteve bisbilhotando os sonhos do Kyle, o pobre garoto agora se encolhe em uma bola envergonhada no sofá.
Kyle, que eventualmente desmaiou de exaustão, foi carregado de volta à Guilda, onde recebeu tratamento rápido e deixado para descansar no sofá, porém... Quando ele tenta acordar, ele está em tal estado.
Depois de ter um sonho lascivo sobre a mulher que salvou sua vida e é objeto de seu desejo, a face de desdenho olhando para ele quando abre os olhos estilhaça o coração adolescente do garoto em embaraço.

Canary: “Mesmo que você parece um garoto tapado, no fim você realmente é um homem afinal. É algo saudável, não?”
Kyle: “Espe-!?Para onde você está olhando enquanto diz isso!?”

Por alguma razão, Kyle sente um olhar percorrendo a parte de baixo do seu corpo e tenta se cobrir com suas mãos.

Kyle: “E-Eu não posso controlar o que acontece nos meus sonhos! Não é minha culpa!”
Canary: “Você já ouviu essa teoria? Que os sonhos refletem os verdadeiros desejos daqueles que os sonham, hm~?”
Kyle: “É realmente tão divertido mexer comigo!?”

Mesmo que tenha sido só um sonho, fazer aquilo com a pessoa a quem ele deve tanto... Kyle sabe que ele ainda é muito novo para até mesmo pensar nisso.
Conforme aquela feliz e embaraçosa cena se torna em pura auto aversão depois de acordar, Canary ri infantilmente com a imaturidade do garoto.
Reagir com uma expressão como essa depois de espiar em seu coração, ela realmente é cruelmente perversa.

Canary: “Não está envergonhado~? Você não está com vergonha por pensar em tais coisas sobre sua salvadora~? Oh, onde meu bolo foi parar? Chefe, bolo! Me traga outro bolo de chocolate!”
Kyle: “Você vai mesmo comer bolo enquanto ri de mim!?”

Ele começa a entender porque tantas pessoas na guilda, incluindo a Shirley, se sentem desconfortáveis perto da Canary.
Ela já deve estar ciente dos sentimentos que Kyle secretamente tem pela Shirley. Apesar disso, ela o aborda impiedosamente sem qualquer consideração por seus sentimentos, uma velhota tão cruel. E além do mais, sua chefe.

Canary: “Kahahaha! Deve ter sido tão frustrante acordar logo na parte boa, logo quando a Shirley estava a ponto de fazer seu sonho se realizUEAGIBIGIBIGA!?”
Kyle: “Uwaaaaaaaaaah!? O-O que foi!?”

Assim que ela morde um pedaço do bolo de chocolate que trouxeram, ela cai no chão com um estranho choro e depois de se contorcer um pouco, fica completamente imóvel.
Enquanto Kyle se pergunta se acaba de ver sua Mestra da Guilda ser envenenada, Yumina entra na sala.

Yumina: “Oh, não se preocupe. Eu só coloquei um pouco de molho picante anti-Vovó no bolo.”
Kyle: “M-Molho picante?”
Yumina: “Essa pessoa é fanática por doces, mas ela é tão horrível suportando coisas apimentadas que chega a desmaiar. Se você ficar em uma crise como essa, você pode repeli-la com pimenta.

A recepcionista que tem um sorriso frio colado em sua face pega a Canary pelo chifre e começa a arrastá-la embora.

Yumina: “Eu não acredito que você comeu o bolo que eu estava ansiosa para comer...! Hoje é o dia que eu...”

Seus sussurros perturbadores abafam enquanto ela desaparece em direção aos fundos da Guilda. Não é lá que o incinerador fica...? Kyle tenta mandar esse pensamento para longe da sua mente.
Ele ouviu a história que a recepcionista da Guilda e a Mestre da Guilda são parentes, então ela não iria tão longe contra um membro da família... né?

Kyle: “Hm? Verdade, de quem é esse casaco de qualquer forma?”

Ignorando o grito que consegue ouvir à distância, Kyle se pergunta sobre o casaco que havia sido colocado em baixo de sua cabeça como travesseiro, algo que parece pequeno demais para pertencer a um homem.
Por alguma razão, ele cheira estranhamente bem. Quando Yumina entra novamente na sala com um olhar refrescante em seu rosto, Kyle a pergunta sobre isso.

Kyle: “Um, você sabe de quem é esse casaco?”
Yumina: “Ah, essa é a jaqueta da Srta. Shirley. Já que ela ainda quer fazer algo para agradecer o que você fez, ela disse que você pode devolvê-lo nessa hora.”

Kyle entende qual é a origem de seu sonho agora.

Canary: “Kukuku... você está planejando ter algum tempo de lazer com isso essa noite?”
Kyle: “O-O que!?”

Kyle se vira em choque quando Canary de repente aparece por trás dele, coberta das cabeças aos pés em fuligem. Ele pretende não ouvir a Yumina dizer [Oh, então você ainda está viva?]

Canary: “Eu entendo, eu realmente entendo, sabe? Puberdade é algo que todos passam... Então você deve aproveitar o quanto quiser. Pode ficar tranquilo, eu transmitirei seus sentimentos mais sinceros à Shirley por você.”
Yumina: “Você realmente quer que eu te leve de volta para lá de novo?”

Apesar da ameaça, Canary não consegue não meter seu nariz na vida amorosa do pobre garoto com uma expressão gentil, como se soubesse tudo que está na sua mente.
Vê-la rolando pelo chão gritando por causa de molho picante o fez esquecer que ele na verdade está cara a cara com a Mestre da Guilda, quando percebe isso, ele fica afobado novamente e muda rapidamente de assunto.

Kyle: “D-De qualquer forma, quando fomos atacados pelos sequestradores, a Tio fez algo com um relógio de bolso, e então a Shirley de repente apareceu! O que foi aquilo!?”
Canary: “Ehh~? Você quer saber sobre isso? Você quer ouvir tudo sobre minha grande e poderosa feitiçaria?”

Ele fica um pouco relutante depois que a Canary bate os cílios para ele, mas ele continua mesmo assim.

Kyle: “E-Eu quero saber! Eu quero saber do grande poder da Mestre da Guilda!”
Canary: “Bom, se você colocar dessa maneira... Suponho que posso te agradar só um pouquinho?”

Aparentemente, ela é fraca tanto contra elogios quanto comida picante. O jovem aventureiro aprende algo novo sobre a Bruxa Dourada.

Canary: “Essa foi o primeiro artefato mágico que dei à Shirley depois que ela ganhou o prêmio especial anual. Ele consiste de 3 relógios de bolso. Os dois primeiros pertencem às filhas dela e transmitiram um sinal mágico ao pressionar um botão, o terceiro é da Shirley, e vai fazer um barulho se for ativado, ele também tem a capacidade de transportá-la usando meu tipo próprio de magia espacial. Além do que, ele pode até mesmo te teletransportar de volta ao local de partida depois que a tarefa for completa, logo, ela não tem desculpas para não terminar missões! Isso foi a primeira coisa que ela me pediu, um artefato mágico que age como um alarme de segurança para as suas filhas, que mãe ridiculamente tola, não?”

Canary se vangloria pelo artefato mágico que deu à Shirley. Se sentindo um pouco tonto depois da explicação sobre o artefato que está muito além do seu nível de conhecimento, uma nova questão surge em sua mente.

Kyle: “Prêmio especial anual...? O que é isso?”
Yumina: “No fim do ano, uma recompensa é dada ao aventureiro que completou mais missões.”

Yumina fala como se tivesse que explicar isso como parte de seu trabalho centenas de vezes antes, entrando na conversa enquanto trás chá fresco.

Yumina: “O julgamento é normalmente baseado em algumas políticas da Guilda, mas quem quer que vença é recompensado com um artefato mágico feito pela própria Mestre da Guilda.”
Kyle: “Oh... Então, por algum acaso, ela...”
Yumina: “Sim, a Srta. Shirley já ganhou o prêmio 3 vezes.”
Kyle: “Woah... Eu realmente não entendi a parte política, mas acho que isso significa que ela é incrível! A Srta. Shirley realmente é uma aventureira de primeira afinal.”
Canary: “Se qualquer coisa, o fato de a Shirley ser capaz de ganhar o primeiro prêmio no lugar daqueles aventureiros favoritos de ranque S quando coloca mais esforço em cuidar de crianças do que se aventurar é incrível.”

Mesmo não sendo sobre ele, por alguma razão Kyle sente uma estranha sensação de orgulho. A pessoa que ele admira tanto é realmente a melhor.

Kyle: (Mas... no fim, eu realmente não sei nada sobre ela...)

Se qualquer coisa, todo esse caso só a tornou mais misteriosa. Se as gêmeas, que ele pensou que eram pessoas normais, são realmente Princesas Imperiais... Então quem a mãe delas, Shirley, é?
Ele está curioso. Ele está curioso, mas... Kyle não tem a coragem de pressiona-la por uma resposta. Privacidade, delicadeza, há muitas razões para ele hesitar em bisbilhotar. Se ela se afastar dele por ele ter se metido sem ter nada haver com isso, a dor que ele sentirá não é nada comparado às provocações da Canary.
Além do que, não importa qual seja a verdade, Kyle não sente que seus sentimentos pela Shirley mudarão.
Então, não importa se ele continuar sendo mantido no escuro... Se ele quiser saber, ele vai esperar pelo dia que a própria Shirley contará.


--||--||--||--||--||--



Depois da meia noite, quando a cidade está em absoluto silencio, três pessoas deitam juntas em uma cama na Casa do Déficit, mãe e filhas.
Elas normalmente dormem em quartos separados... Embora algumas vezes elas durmam na mesma cama, isso normalmente é pela Sophie e a Tio terem se esgueirado no quarto dela no meio da noite. Dessa vez, elas dormem na mesma cama desde o início.

Tio: “...Está quente.”

Tio murmura, com seu rosto levemente avermelhado. Como a Shirley acha que aquelas camisolas finas de verão não são próprias para jovens garotas... Os únicos pijamas que elas têm são roupas de dormir que parecem ter sido feitas para velhos, com calças que vão até o tornozelo e mangas.
Puxando suavemente a gola, ela tenta ventilar um pouco de ar para sua pele coberta em suor.

Shirley: “Eu não disse? Vai ser ainda pior no verão, então vocês duas precisam parar de rastejar para a minha cama.”
Sophie: “Uuu... Mas está tudo bem, só por hoje...”

Sophie, cujo pijama é branco e folheado com lindos laços e fitas no tecido, abraça a Shirley, que usa um designe simples como a Tio, firmemente em torno da sua cintura.
Provavelmente por quase terem sido separadas de sua mãe pelas mãos do Império hoje, elas querem dormir na mesma cama, mesmo que isso signifique suar um pouquinho.
A própria Shirley está se sentindo um pouco superaquecida, com ambas as crianças em cada lado seu, mas não é intolerável. Na verdade, ela está feliz por ignorar suas próprias ideias de criação de filhas independentes para poder satisfazer suas meninas, pelo menos por esta noite.

Shirley: (Afinal, não é como se pudéssemos fazer esse tipo de coisa para sempre)

Todas as crianças crescem. E, se esse é o caso, o desejo dessa mãe é mimar suas garotas o quanto puder, enquanto elas deixarem.

Tio: “Mãe... Você está acordada?”
Shirley: “...Sim, estou. Algo aconteceu?”
Tio: “Aquelas pessoas do Império, elas vão voltar?”

Sophie, no outro lado da cama, também parece reagir quando ouve as palavras da Tio. Elas têm um pouco de ideia do quão séria é a situação, e se caso o Império não desistir de pegá-las, mais coisas como os eventos de hoje inevitavelmente acontecerão.
O Império é, inconfundivelmente, uma força poderosa a ser enfrentada. Mesmo que o país não esteja inteiramente unido por causa da Philia, se é um caso de sucessão, eles não desistirão tão facilmente, mesmo que isso signifique um conflito com o Reino.

Shirley: “Eles provavelmente vão vir. Mas, mesmo que venham, eu irei---------”
Sophie: “Não mamãe, não é isso.”

Os olhos azuis que parecem brilhar pela escuridão e os olhos vermelhos do outro lado, ambos olham para a Shirley.

Sophie: “Nós conversamos um pouco quando a mamãe estava fazendo a janta. Sobre o que devemos fazer de agora em diante.”
Tio: “Mm. Foi muito difícil de entender tudo já que é tão complicado, mas só tem uma coisa que precisamos dizer.”

Sophie e Tio respiram fundo.

Sophie e Tio: “Porque querermos nos aventurar junto da mamãe, nós nunca nos tornaremos princesas.”

Aquele sonho que ainda não tomou forma, essas duas ainda não desistiram dele. Ver a beleza do mundo com sua mãe, que lutou e passou por tanto por elas, e ainda faz até hoje, esse é o sonho delas.

Sophie: “Eu sei que você disse que algumas vezes os adultos tem que ignorar o que outras pessoas querem, mas o Império não está fazendo isso demais?”
Tio: “Então, nós temos que dizer nós mesmas que queremos ficar aqui... Eu realmente não sei como dizer, mas é assustador não saber por que eles querem nos levar de volta.”

Só um pouco... seus canais lacrimais se enchem de água. Quem poderia imaginar que as garotas cujas pequenas mãos agarraram o dedo de um demônio que estava prestes a morrer em um inferno de vingança a dez anos atrás, agora procurariam enfrentar o mesmo país, apesar de todo seu poder e influência?
Deve ter sido tão assustador, ser cercadas por aqueles homens... Mesmo que ela esteja orgulhosa por ver o quanto cresceram, ela também se sente um pouco triste...

Shirley: (Mas, se as duas já decidiram... Então eu tenho que fazer tudo possível.)

Shirley abraça as gêmeas fortemente, como se para ter certeza de que ainda estão ao seu lado. Ela se lembra do tempo quando ainda estavam dentro dela.
Seu calor... Seus batimentos... Quando ela as abraça assim, é como se nada nunca tivesse mudado.

Sophie: “...Ehehe...”
Tio: “...Fufu.”

Sophie e Tio estão um pouco surpresas com o repentino abraço, mas elas sorriem e a abraçam de volta.
Mais tarde, sentindo o calor, Sophie acorda sentindo uma montanha sendo pressionada contra seu rosto... Ela se levanta e olha para o peito da Shirley.

Sophie: “É verdade, mamãe!? Por que é que você já comprou um sutiã para a Tio?! Quando é a minha vez de crescer!?”
Shirley: “HUH!? KOFF KOFF!”

Shirley engasga com o tópico repentino. Ela estava preocupada sobre elas falando sobre seus seios no meio do corredor antes, mas parece que isso ainda está na mente da Sophie.

Shirley: “O-O que é isso de repente? Não é como se você estivesse crescendo tarde, Tio só está crescendo um pouco antes das outras garotas...?”
Sophie: “P-Pode ser... Você não ensinou secretamente a Tio o segredo dos peitos grandes, não é?”
Shirley: “Não, eu não faria isso mesmo que algo assim existisse-... Huh? Você quer seu próprio sutiã?”
Sophie: “E-Eu não estou implorando nem nada!? É só que... Os sutiãs na loja pareciam tão adultos...”

Os exames físicos que a Shirley consegue fazer com seus olhos são perfeitos. Será que o pequeno peito da Sophie realmente vai servir na roupa íntima que ela está de olho na loja?
...Em outras palavras, se os sutiãs vendidos naquela loja quase não têm tamanho pequeno suficiente para acomodar o seio crescente da Tio, quanto menos se falar sobre a Sophie, melhor.

Tio: “Mm. É normal que tenha diferenças entre adultos e crianças? Eu te falei antes que você não deve ser impaciente. A hora da Sophie vai chegar um dia.”
Sophie: “V-Você está fazendo graça de mim?! Se achando tanto só porque você está usando um sutiã!?”

Sophie e Tio começam a lutar na cama, apertando sua mãe entre elas. Ela nunca realmente ligou muito para o tamanho dos seios, mas a Tio provavelmente está certa que os da Sophie eventualmente crescerão, embora ela pareça insatisfeita por ter sido espancada por alguém que se orgulha por ser a irmã mais velha.
Há um outro tipo de sutiã chamado sutiã corretivo. Se a Sophie está tão preocupada sobre isso, Shirley seriamente considera se deve ou não pedir para a Canary fazer um sutiã magico depois de ganhar o prêmio especial desse ano.

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