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Capítulo 4 (Parte 1)
Tradução: Gabrielfsn
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Assim que cheguei na escola, alguém agarra minha mão no corredor que leva até a sala de aula, é a Aya. Ter uma visão tão próxima do rosto dela logo de manhã, me faz sentir que recebi um ataque super efetivo, e com aquele rosto ela rapidamente se desculpou, "Sinto muito sobre ontem"
Eu respondi com um leve sorriso, "Não é como se eu me importasse. Na verdade, eu devo te agradecer por me dar mais 10,000 ienes fácil. Lucky." Pois é, é a mais pura verdade.
Depois de ouvir minha simples resposta, ela parece contente. Em seguida, seu rosto voltar a ser o mesmo de sempre, irritante.
"Mesmo sozinha, você fez sua lição de casa, não é?"
"É claro que eu li aqueles mangás. Mas o meu ritmo de leitura é um pouco lento, então eu só consegui ler alguns e ainda não terminei todos. Não tem jeito"
"...Poxa"
Nós percebemos que se nossa conversa no meio do corredor se estender mais, as outras podem suspeitar. Devemos agir como de costume dentro do nosso próprio território para evitar isso.
Antes da Aya se distanciar, eu impeço ela, "Inclusive." eu falei casualmente, como se estivesse comentando sobre o clima.
"O que você tava fazendo ontem? Pra chegar ao ponto de cancelar tudo de última hora"
Aya agiu normalmente, como se não tivesse nada de errado com a minha pergunta, pelo menos foi o que me pareceu.
"Aah, é. Foi uma tarefa repentina"
Eu decido cortar o assunto antes que o ar fique pesado, então eu só sorrio pra ela como de costume.
"Entendo. Mas cancelar em cima da hora assim não é legal, então pare com isso, tá? Se não puder, por favor avise de antemão. Eu também quero me divertir com outras pessoas, sabia?"
"Marika, seus dias são meus, acima de tudo"
"Tá tá, eu sei"
Depois disso, nos separamos.
Minha relação com a Aya dentro da escola é no nível 'estranhas'. Se tornou assim naturalmente, nem eu entendi direito. Mas dentro da escola é o lugar ao qual pertenço, eu não quero mudar o estado atual do nosso caso.
"Haah.."
Eu seguro meu peito enquanto respiro fundo. Eu tentei encontrar palavras de encorajamento para mim mesma.
"Bom, é um trabalho de 10,000/dia, então eu precisarei encarar muitos obstáculos"
Que tipo de obstáculos? Eu não sei dizer. A dor dentro de mim não cessa, o que será esse maldito sentimento? Eu não faço ideia.
"Oooh, lá vem ela, Marika, aquela que anda tão ocupada ultimamente que nem sai com as amigas"
"Nossa, é a Marika-san, aquela que de repente ganhou um namorado, mas não fala nada pra gente"
"Que nada"
Starbucks depois da escola. Eu pedi por um caramel-latte e fui até a nossa mesa. Quando eu cheguei, as duas me cumprimentaram desse jeitinho.
Hoje, Aya tem seus compromissos de novo, então eu resolvi passar o tempo me divertindo com a Yume e a Chisaki depois da escola.
Yume é a 'criadora de humor' e alvo de provocações minhas e da Chisaki. Chisaki é responsável pelas respostas afiadas. Parece que ambas estão com a impressão de que [Marika tem um namorado].
"Chisaki-san, por favor liste as características de uma mulher que de repente consegue um namorado"
"Ela se torna difícil de convidar para sair, seu penteado e perfurme mudam, sua forma de usar o dinheiro também muda. O quê mais, oh, o gosto por moda fica diferente, e muito mais"
"Se mudar o gosto por moda conta, uma garota de ensino médio qualquer já faz isso"
As duas ignoram meus protestos. Elas continuam falando do meu 'namorado'. Elas focam em mencionar o tipo de namorado que elas aprovam e os que rejeitam. Se esse 'namorado' não for com a cara delas, farão de tudo para eu romper com ele. Elas realmente foram longe em algo nada importante. Eu meio que entendo, elas estão preocupadas comigo. Espera, também é possível que só estejam curiosas.
"Marika, você não tá fazendo aquele lance de namoro de aluguel, né?"
"É claro que não"
Eu menti naturalmente. Na verdade, eu estou sim, meninas. Minha parceira é uma garota de ensino médio, uma de nossas colegas.
Chisaki responde com um simples "Hmm", enquanto me observa. Eu fiz o meu melhor para evitar contato visual com ela. Ela é famosa por sua habilidade de distinguir verdades e mentiras. Eu escolho focar meu olhar no caramel-latte. Olhando pra gente, a Yume ri de forma desleixada.
"Bom, se a Marika estivesse mesmo fazendo isso, ela não estaria com essa cara de pobretona"
"Quem que tá com cara de pobretona, hein?"
Que surpresa, eu acabei de conhecer uma pessoa tão rude que deixa a Aya no chinelo. Yume responde minha reação com uma simples risada. Bom, essa é uma ótima chance, vamos mudar de assunto.
"Quem se importa com isso, quais são as boas novas?"
"Nnn, ah, a Marika está ficando mais próxima da Fuwa ultimamente, essa é a boa"
O assunto não mudou nem um pouco. Eu puxo meu cabelo para trás da minha orelha calmamente, "É mesmo?"
Ao invés de rejeitar francamente a ideia, é melhor eu aceitar a raíz do humor e deixar claro alguns pontos.
"Bom, isso é óbvio. Às vezes, você e a Fuwa conversam no corredor. Além disso, a Fuwa não tem nenhuma amiga, não é? Então vocês duas meio que se destacam."
Realmente. Mas eu já estava preparada caso algo assim viesse a acontecer, então vou dar a minha resposta.
"Nossas casas ficam na mesma direção e pegamos o mesmo trem. Algum tempo atrás, nós acidentalmente fomos pra casa ao mesmo tempo. Seria estranho se não nos falássemos mesmo sendo colegas, por isso eu tentei me aproximar dela. Depois disso, passamos a conversar no colégio de vez em quando"
Isso, nossa relação chega apenas nesse grau.
"Vocês sabem como eu sou boa em fazer amizades, não sabem? Talvez a Fuwa tenha gostado de mim por isso"
Eu falei na brincadeira. A imagem daquele dia chuvoso me vem à mente lentamente. Eu levemente balanço a cabeça. Isso mesmo, nossa relação só vai até esse ponto, nada mais.
"Heeh...rumores dizem que Fuwa é uma garota que gosta de aprontar. Dizem que ela tem um trabalho noturno em Shinjuku, por isso você tem que ter cuidado. Afinal, você dá mole às vezes"
"Para a Yume falar algo nesse nível...entendo, então isso é bem sério"
Então o fato de que ela trabalha em um bar vazou. O bar é um local seguro, mas a frase [um trabalho noturno em Shinjuku] é muito poderosa. É claro que se tornaria um rumor.
"Mas ela tá mais calma desde quando entrou no ensino médio"
"Tá mesmo?"
"Eu ia para a mesma escola ginasial que a Fuwa"
Disse Chisaki casualmente. Espera, como é? Eu quero ouvir sobre o passado dela. Mas se elas perceberem meu interesse, posso gerar outro problema. Não, mas estou curiosa...
Eu tento cuidadosamente tocar no assunto e fingir que não estou realmente curiosa, mas só quero saber o mínimo.
"Heh, que tipo de pessoa ela era nessa época?"
"Hmm, ela se dava bem com todo mundo da turma, e também participava de um clube. Ela já era muito bonita, então era bem popular. Até que ela se envolveu num certo acidente"
Acidente? Que tipo de acidente foi esse, Aya?
"Ahh, a Chisaki já me contou sobre isso. Aquilo foi bem chocante. Afinal, chegou a derramar sangue."
"Por quê eu sou a única que tá perdida?"
"A Fuwa estava em um clube de tênis naquela época, quando estava na sexta série ela roubou o namorado de uma senpai do clube. Essa senpai se irritou tanto que levou uma tesoura e atacou Fuwa na sala de aula."
"Nossa, isso é assustador"
Eu me inclino para perto da Chisaki inconscientemente, isso é um caso claro de violência, me deixa horrorizada.
"Acabou que aquele namorado era só um sem-vergonha. Ele tinha uma namorada, mas mesmo assim se confessou para Fuwa. Foi mesmo uma pena ela ter se envolvido naquilo tudo"
"E então?"
"A senpai invadiu a sala balançando a tesoura enquanto gritava [Essa gatuna!]"
Quando foi isso, no período Showa? Quando eu escutei aquilo, parecia mais uma piada, mas se eu estivesse no lugar da Aya, com certeza não acharia graça.
(NT: Período Showa = (1926 - 1989))
"A professora estava muito surpresa para fazer algo, os demais alunos também estavam assustados então ninguém teve coragem de agir. A senpai partiu pra cima da Fuwa com a tesoura. Parecia filme de terror. Quando ela olhou em volta, ninguém se atreveu a ajudá-la. A vida de Fuwa estava mesmo em perigo naquele momento."
"Quê?! Ela morreu?!"
"Ela tá na nossa sala. Quem você acha que a Fuwa é? Um clone?"
"Bom, isso quase aconteceu. Fuwa se controlou e com uma calma expressão em seu rosto, ela derrotou a senpai usando aikido."
"Nossa, que incrível"
Por trás de um rosto calmo ela conseguiu fazer algo assim. Sim, eu consigo imaginar. Ela é boa nos esportes e tem um ótimo reflexo, e também é inesperadamente forte. Então é por ela treinar artes marciais. Aquela aura esmagadora dela não é algo qualquer, mas sim o resultado de seu treinamento.
"Mas depois que ela se envolveu naquele alvoroço, as pessoas ao redor dela se afastaram e ela acabou sozinha."
"Hee..."
Essa não foi engraçada, então eu apenas franzi as sobrancelhas.
"Mas o quê, ela não fez nada errado, fez? Ela só se envolveu por coincidência"
"Bom, isso é verdade. Mas para estudantes de ginasial, esse tipo de experiência é bem traumática, então não podemos culpá-los. E ainda por cima, depois daquele tumulto, Fuwa não tentou mais se enturmar com os outros."
"Isso é..."
Eu sei que não adianta reclamar disso com a Chisaki. Eu também tenho certeza de que a Aya fez isso porque não queria envolver outras pessoas em seus problemas pessoais, por isso ela criou distância das pessoas ao seu redor.
...Ela teve mesmo uma experiência solitária na escola.
Eu imagino a Aya sentada sozinha em sua carteira, observando o cenário externo pela janela. Se eu estivesse na mesma escola que ela no ginasial, será que eu seria amiga dela? Eu tento imaginar a situação.
[Eu sou uma pessoa boa, então não se preocupe! E também, você não fez nada de errado, Fuwa!]
...É o que eu provavelmente diria a ela. Se eu fizesse isso, será que conseguiria distraí-la da solidão?
Eu senti uma alfinetada em meu peito.
"Na escola, eu tento agir normalmente. Mas eu acho que faço isso pobremente e acabo sem amigas. Por isso eu sempre achei você incrível, Marika"
Eu me lembro da voz dela quando me disse isso.
Considerando que aquele acidente quase chegou a derramar sangue, não é à toa que Aya sinta medo de socializar com outras pessoas de novo.
Um estudante normal supostamente deve saber o quanto pode se envolver na vida dos outros, e aprender sobre as fronteiras das coisas que podem machucá-los. Essa chance foi arrancada de Aya, por isso ela nunca entendeu a importância dessas coisas.
Mas Aya não desiste diante da situação. Ela não quer recuar como uma perdedora. Isso é só um tiro no escuro, mas eu acho que depois que ela começou a trabalhar no bar e se misturar com adultas, ela lentamente se recuperou e passou a se divertir do jeito dela.
Ela definiu uma clara fronteira onde o colégio é um lugar para estudar, mas eu realmente não entendo os parâmetros pra ela pensar assim...
Ela deve ter se preocupado com muitas coisas durante seu tempo sozinha, procurando pelo lugar o qual ela pertencesse até que o encontrou, ela é tão madura.
Ela está a dois ou até três passos na minha frente.
"Haaaaah....."
"Ué"
"O que foi?"
De repente eu solto um enorme suspiro enquanto descanso meu corpo na mesa de forma bem preguiçosa. Querendo transmitir minha irritação acumulada em meu peito em poucas palavras, eu só penso nessas.
"Fuwa é tão irritante..........."
"Esse é o resultado depois de ouvir a história?!"
"O quanto você odeia ela, afinal?"
Bom, nossa relação nasceu do dinheiro. Depois de chegar tão longe, eu percebi que nossa relação não pode mais ser definida só com isso. O pensamento de que eu não posso vencê-la persiste em minha cabeça, mas eu não vou admitir.
Pois a nossa batalha ainda não terminou.
"Desculpe por não termos nos encontrado por um tempo"
Aya abre a porta com uma expressão de culpa em seu rosto. Normalmente, nós concordamos em sair da escola em horários diferentes e então nos encontrarmos na estação perto da casa dela para os nossos encontros. Dessa vez, por algum motivo, ela foi pra casa primeiro e me cumprimentou na porta da frente desse jeito.
"..."
Não é como se ela devesse se desculpar por algo banal assim. Eu entro sem dizer nada e então a porta fecha.
Eu vi Astalotte entrar nessa casa no Domingo, e hoje, o dia que ela finalmente me chamou para vir, é Sexta-feira. Resumindo, eu ganhei 50,000 ienes num período de cinco dias sem esforço algum. Restam 55 dias até nosso confronto final. Lucky.
Fomos até o quarta da Aya. Ao chegar, eu olho ao redor do cômodo que nem uma pessoa procurando qualquer vestígio de traição do seu parceiro. Eu vejo o aroma que nós compramos juntas no último Sábado do lado da cama dela, o que faz o meu coração flutuar por algum motivo.
"Parece que faz muito tempo desde a última vez que entrei no seu quarto"
"Eu já pedi desculpa"
Eu falei de maneira monótona e ela riu ironicamente. Eu decido sentar no lugar de sempre enquanto seguro meus joelhos. Depois de um tempo, Aya sobe as escadas novamente trazendo chá para nós duas.
Eu sinto que estava prestes a pensar em algo negativo, então eu prefiro limpar minha mente e não pensar em nada. Eu fico com um olhar fixo no canto vazio do quarto dela.
"Nesses últimos dias, você se sentiu sozinha por não nos encontrarmos assim?"
Aya senta ao meu lado e me pergunta isso enquanto aproxima seu rosto do meu. Ela também coloca a mão dela nas minhas coxas e acaricia lentamente. É suave, e um pouco fria já que ela tem uma temperatura corporal baixa.
É a palma que entende meu corpo melhor do que eu mesma.
Os movimentos dela me tiram do estado de neutralidade e fazem a negatividade emergir mais uma vez na minha cabeça.
"Sinceramente, não. Afinal, eu me diverti com a Yume e a Chisaki"
"Entendo. Vocês foram ao karaokê?"
"Fomos no Starbucks e nos divertimos muito conversando. Na verdade, eu me diverti não só com elas duas, mas também com outras garotas que me convidaram para vários lugares. Os últimos dias foram mesmo proveitosos."
Isso é verdade. Não importa o grupo do qual eu participe, sempre nos divertimos juntas. Elas sempre me tratam devidamente e é bem confortável.
"Entendo. Você é mesmo incrível, Marika."
Ela alisa minha cabeça gentilmente. Ela toca meu corpo despreocupadamente como de costume. Com um movimento confiante, que demonstra como ela entende bem o meu corpo, ela lentamente acaricia minha bochecha sem nenhuma hesitação.
Eu quero usar essa gentileza dela e deixá-la aflita.
"Não quero"
"Eh?"
Aya parou a própria mão depois de escutar minha brusca rejeição.
"Eu não quero transar hoje"
"Por quê?"
Ela está olhando para o meu rosto. Eu aperto ainda mais os meus joelhos enquanto viro de costas para Aya.
"Não é como se eu precisasse de um motivo específico para não querer. Eu só não tô com vontade."
"E o nosso [Contrato]?"
Eu sei que só estou sendo teimosa, pareço até uma criancinha. Mas se eu deixar a Aya fazer o que ela quiser, eu sei que eu vou odiar. Me sinto tão miserável.
"...Eu não farei algo que não quero"
Eu continuo olhando para outra direção, evitando contato com Aya. Ela me abraça por um dos lados. Eu conheço este cheiro, é do aroma que compramos juntas naquele dia. É o cheiro do aroma de árvore de chá.
O caos em minha cabeça começa a se dissipar. Parece que o efeito de relaxamento dessa árvore de chá é verdade. Na realidade, o fato dela ter usado esse aroma me deixa mais feliz do que o efeito do cheiro.
Fragrância é um fator que representa alguém. Entre os cinco sentidos presentes no corpo, ela escolheu algo relacionado a mim para um de seus sentidos, o olfato. O que me faz achar que há uma possibilidade de eu ser especial para ela.
Ela realmente me dá valor. Nossa relação não se limita aos 10,000/dia de uma batalha de 100 dias. O comportamento dela, escolhendo usar aquele aroma dentro do próprio quarto, é prova disso.
Eu sei bem, Aya. Afinal, eu sou boa em entender meus arredores.
Mas, se tudo isso for apenas um mal-entendido meu, se eu pensar que na verdade ela não me vê como alguém especial na vida dela... É melhor eu parar.
Por conta dessa trilha de pensamentos, eu não conseguia mais pensar com clareza. Essa é a minha obstinação perdendo o controle, já que eu não tenho ideia do que fazer.
"Se o que você quer é uma relação ilícita, poderia ser com qualquer outra, não é? Afinal, você tem muitas parceiras à disposição"
"Até parece. Eu não tenho ninguém assim"
Mesmo ela respondendo claramente, eu continuo teimosa e balanço a cabeça.
"Sim, você tem. Porquê você é boa demais no sexo. Não é à toa que você tem tanta experiência. Você deve ter namorado várias garotas antes de mim. Mesmo agora, você deve ter outras parceiras como eu, sejam duas ou até só uma, não tem?"
Ela acaricia minhas bochechas gentilmente com as costas da mão.
"Você está insinuando que eu estou sempre fazendo besteira? É verdade que trabalho em um lugar como aquele, mas isso não significa que eu coloco minhas mãos em outras pessoas com desleixo. Eu não sou a Karen-san"
"...Mentirosa"
"Não estou mentindo. Eu nunca mentiria pra você, nem nada parecido"
Aya está séria. É claro que estou feliz ouvindo isso dela. Mas...
Parece que eu sou mesmo uma mulher problemática.
Eu fui comprada pela Aya, eu não tenho direito de reclamar, não importa como ela me trate. A única coisa que eu devo fazer é apenas sorrir e deixar ela me tocar o quanto quiser. Pois esse é o meu trabalho. Um trabalho que combina bem comigo. Não importa que tipo de coisa ruim eu precise encarar, eu vou seguir o fluxo e me ajustar à situação. Funciona com todo mundo.
É como deveria ser, mas...
"Porque, você..."
Aya me envolveu em seus braços e olhou pra mim.
"Na verdade, me perdoe. Olhando para você desde cedo, de alguma forma, me fez perder o meu auto-controle"
"Eh.....?"
Ela nem me deu tempo de reagir, e já me empurrou no carpete. Quando eu olho nos olhos dela, eles irradiam uma paixão profunda dentro de sua alma ardente, provavelmente refletindo seu intenso desejo e luxúria.
Eu não entendo como ela consegue ficar excitada com meu estado atual. Eu acabei de ouvir a história sobre a senpai dela e o seu habilidoso aikido, então seus olhos parecem mais assustadores que o normal.
"Não. Eu já disse que não vou."
Eu tentei resistir movendo meus braços e pernas, mas se eu for muito violenta posso machucar a Aya, então eu tento me soltar com o mínimo de força.
Fazendo isso, parece que estou resistindo superficialmente, enquanto na realidade eu já aceitei ela completamente, mesmo essa não sendo a minha intenção.
"Eu gosto de você, Marika. Aqui, olha pra mim"
"Não, hmm, nnn...!"
Ela tomou meus lábios e empurrou sua língua dentro. Ela ataca o interior da minha boca vorazmente. Eu tento empurrar a língua dela pra fora com a minha, mas como se estivesse esperando por isso, ela rapidamente aproveitou a chance para entrelaçar nossas línguas.
Eu posso sentir minha saliva sendo sugada pelo seu beijo intenso, eu só consigo ouvir os sons molhados causados pelos nossos beijos. Ela usou sua língua severamente e despojou toda a força do meu corpo como uma droga.
Eu não tinha mais forças para resistir ao seu ataque. Como se estivesse vendo sua presa já enfraquecida e pronta para ser devorada, seus lábios formam um sorriso. Ela começa a desabotoar minha camisa.
Eu selo meus lábios e desvio meu olhar da Aya. Ela conseguiu fazer o meu corpo obedecê-la tão facilmente que fiquei frustrada. Sinto que minhas lágrimas podem escorrer a qualquer momento.
"...Mesmo eu dizendo que não quero, por quê você insiste, Aya...eu já disse que não, não disse?"
"Falando com essa expressão em seu rosto, qualquer pessoa lhe atacaria. Pois, agora, você está com uma cara bem safada"
"Isso, isso é mentira...eu não quero fazer isso, de verdade..."
[Sério mesmo?], tem uma diabinha na minha cabeça questionando minhas próprias palavras.
[Tem certeza de que não quer? Porque senão quisesse mesmo, era só não vir pra cá, e você sabe disso. Se não quer mesmo isso, deixe ela e saia deste quarto. Mas você não fará isso, porquê você quer ficar, não é? No fim, você está feliz da Aya te dar atenção, está feliz por ela estar te tocando, estou errada?]
Eu não consigo negar essas palavras. Porque, seja quem for que a Aya esteja namorando, que tipo de segredo ela tenha, nesse exato momento, isso não importa pra ela. Agora, ela só está pensando em mim.
Ela terminou de desabotoar minha camisa e tirar meu sutiã. Usando uma mão, ela segurou meus dois braços acima de minha cabeça. Eu realmente pareço uma ovelhinha pronta para ser devorada a qualquer momento.
"Porque, nesse momento, você está fazendo cara de quem quer ser devorada, veja, você estava esperando por isso."
"...."
Eu decido selar minha boca e não responder. A diabinha tomou a forma de Aya com seu sorriso provocante, enquanto a Aya na minha frente aproxima sua boca da minha orelha.
"Está bem, Marika. Eu farei o que deseja. Eu vou te arregaçar. Não importa o quanto implore, eu não vou parar. Porque, agora, nada pode me impedir."
Enquanto Aya sussurrava no meu ouvido, ela começou a tocar os meus seios. Ela continuou sua investida sem me dar nem uma brecha para fugir.
Meu corpo começou a se entregar ao prazer que estava se acumulando.
Eu não consigo mais segurar minha voz. O som que sai da minha boca, é tão diferente que nem parece vir de mim.
"Ah...não, não faça...ahnn...ahhhh....."
É como a Aya disse, parece que meu corpo está sendo honesto demais hoje. Só receber um pequeno estímulo, causou uma reação instantânea. Acho que é a primeira vez que me sinto tão sensível.
"Não...ah, isso é estranho...não, eu não gosto disso, dá medo...."
Meu corpo não para de tremer, enquanto eu tento falar com ela. As palavras que me esforço tanto para dizer, se desfazem e fazem o ataque dela se intensificar ainda mais.
O movimento de seus dedos ficam mais fortes, e por meu corpo estar mais sensível que o normal, cada movimento da Aya me faz mergulhar em prazer.
"Por quê, é como...porque, eu pensei que a Aya....eu......"
"Eu te amo, Marika"
Ela sussurrou essas doces palavras no meu ouvido.
Meus olhos estão trémulos, as mãos da Aya se movem dos meus seios até a área ao redor do quadril, e então descem devagar até a parte de baixo da minha barriga. Ela toca minha coxa brevemente antes de inserir sua mão na minha saia.
"Não, eu tô com medo...Aya...se você continuar...eu vou enloquecer...não, não faça isso...."
"Aqui, coloque seus braços ao redor do meu pescoço assim, isso, boa garota. Pode abrir suas pernas lentamente. Você não precisa pensar em nada, deixe tudo por minha conta. Eu vou me garantir de tocar cada parte que lhe dá prazer"
Como num passe de mágica, meu corpo não consegue mais resistir depois do que ela disse.
Ela beija minhas pálpebras molhadas de lágrimas. Apenas com este pequeno gesto, a névoa escura que pairava em meu peito desaparece. Seus lábios são macios, gentis, e mornos, eu gosto deles.
"Aya...Aya, Aya..!"
Enquanto chamo por seu nome, eu me agarro nela desesperadamente beijando seus lábios. Eu enfio minha língua dentro de sua boca para saborear cada parte dela. Mas ela está tão calma, que está recebendo meu beijo enquanto apoia minha cabeça para que eu possa continuar beijando ela.
Para me acalmar, ela gentilmente envolve minha língua com a dela.
Um beijo tirou tudo de mim, mas sem demonstrar nenhuma dificuldade, Aya continua me fazendo gozar sem trégua usando seus severos ataques.
É sufocante, é irritante.
Eu tento ao máximo esticar meus braços e acariciar as coxas e partes baixas da Aya. Eu movo minhas mãos e enfio uma delas dentro de sua calcinha.
"Não, Marika..."
"Não vou parar...eu também, quero te tocar...eu também, quero..que você sinta prazer...."
Eu consigo espremer minhas palavras de pouco em pouco, Aya me olha com aquele sorriso gentil dela e aceita o meu pedido. Ela pegou minha mão e guiou meus dedos até o ponto exato. Sua parte sensível é tão quente, parece que vai derreter meus dedos.
"Esse é o lugar, Marika. Ei, seja gentil, ouviu? Mas desde que seja você me tocando, eu acho que será prazeroso, de verdade."
Ela me diz isso com um sorriso maravilhoso.
Eu acho que esse sorriso é a coisa mais linda que já vi dela.
Dali em diante, nós duas mergulhamos em um mar de luxúria.
Nós envolvemos nossos corpos e trocamos muitos beijos enquanto dávamos prazer e satisfazemos uma à outra. Trocamos respiros ardentes enquanto compartilhamos o calor crescente em nossos corpos.
Enquanto mexo meus dedos de forma desajeitada dentro da Aya, sua voz vaza. Isso me deixa feliz, de algum jeito.
"Haah, haah"
"...Haa..."
Nos deitamos na cama dela, grudadinhas e nuas. Depois de tantos orgasmos, meu corpo sentiu um prazer que nunca havia provado. Meu corpo fez muito bem em resistir tanto.
Sem dizer mais nada, nós passamos o tempo trocando olhares recheados de afeição. Assim como uma flor desabrochando, Aya está sorrindo lindamente. Eu posso sentir o meu rosto ficando vermelho só de olhar pra ela.
Eu lentamente observo aquele olhar apaixonado, de alguma forma, agora, é prazeroso.
...Mas, isso fica para outra hora.
Não importa o quanto sexo seja bom, ainda é ruim forçar alguém a transar.
"....Aya, eu falei que não queria"
"Ainda está falando isso?"
Ela ri de novo. Não é como se eu estivesse mesmo zangada, eu só quis ser teimosa, talvez. No fim, eu me tornei exatamente aquilo que a Aya disse. Mas eu não desgosto.
Só que, mesmo ambas estando sem roupa e acabarem de ser honestas uma com a outra usando seus corpos, eu ainda tenho medo de perguntar à ela sobre aquilo.
Eu decido virar minhas costas para Aya enquanto curvo meu corpo, bem como uma criança emburrada.
"Seja honesta comigo...o que você pensa de mim?"
Eu pergunto usando uma voz transparente e sem apelo. Esse tipo de garota, não é nem um pouco fofa.
Comparando com a cena ideal na minha cabeça, nossos corpos estão bem distantes. Eu quero, de verdade, fazer isso do jeito certo, eu quero parecer fofa na frente dela. Mas agora, eu fiz de tudo para que minha voz saísse sem tremer.
Aya respondeu minha pergunta me abraçando por trás, "Eu gosto de você, você é a garota mais adorável de todas, a única que eu amo"
Ela sempre me diz essas palavras doces, coisas que eu quero ouvir. Será que ela é muito mais inepta em entender o clima? Mas, essa não é a resposta que eu procuro. O que eu quero mesmo ouvir são seus reais sentimentos.
"...Aya, você é mesmoー"
Logo antes de terminar minha frase, alguém toca a campanhia. Aya se levanta da cama, o ar intenso entre nós desapareceu num piscar de olhos. Aya parece se perguntar quem pode ser enquanto coloca suas roupas.
Eu estava com um mau pressentimento. Em algum lugar dentro do meu coração eu não quero que ela vá, mas eu escolho brincar, "Quem será?"
Eu consigo forçar um sorriso. Eu posso manter meu humor graças a 'confissão' dela mais cedo, mas, mesmo agora, eu tento me ajustar à situação.
Aya, que terminou de se vestir, vai até a porta da frente. Depois que ela desceu, eu também pego minhas roupas e as visto devidamente.
Eu tento suprimir meus sentimentos turvos e sigo Aya até a porta. Quando desço as escadas, eu posso ouvir a Aya discutindo com alguém. Quando chego naquele andar, eu vejo aquela garota.
Por quê?
"Minha nossa....? Eu sinto que já nos vimos antes....aah, a garota que eu conheci no bar! Marie, então você também se divertiu com a Aya, hein?!"
Astalotte está em pé bem na porta usando um uniforme que desconheço. Só pela existência dela, essa casa se tornou algo muito diferente do normal. Ela falou algo extraordinário com uma atitude franca. Considerando que ela parece ter vindo de outro país com uma cultura diferente, ela não quis dizer algo ruim. Eu acho.
Ela é mesmo fofa, e uma boa garota com traços excessivamente amigáveis. Ela só tem um timing ruim. Aya parece incomodada enquanto cruza seus braços. Eu faço um sorriso falso convincente.
"Há quanto tempo, Astalotte. Você também é uma da Aya?"
"Pois é, isso mesmo!"
Ela solta aquele sorriso brilhante que parece um campo aberto. E do nada, Astalotte fala algo ultrajante, pelo menos pra mim.
"ーEntão você também é parceira de cama da Aya, né? Vamos nos dar bem!"
Eu já estou acostumada a ver o rosto amargo da Aya à essa altura, mas dessa vez não é como as outras. Hoje, pela primeira vez na minha vida, eu sinto uma intenção assassina.
Eu rapidamente subo as escadas para pegar minha bolsa, volto para a porta da frente e calço meus sapatos. Eu não tenho mais energia para manter minha aparência de costume.
"Bom, eu vou pra casa agora. Aproveite seu tempo com a Aya"
"Espere, Marika. Você entendeu mal, não é o que você pensa"
As palavras da Aya parecem de um estudante universitário perdedor que foi pego traindo. Astalotte estende os braços e abraça Aya enquanto a cheira.
"Nossa, vocês acabaram de transar!"
Mas que coisa pra se dizer. Essa menina é mesmo selvagem. Bom, tanto faz, vocês podem fazer o que quiserem.
"Escute, Marika. Ei, me deixe explicar"
"O quê? Que essa garota não tem nada com você? Ou você vai me dizer que ela é filha de um parente?"
"Não, não é isso"
Aya me olha direto nos olhos e me observa. O que ela quer? Eu não consigo mais pensar direito. Talvez, ela tenha percebido que eu já estou chorando muito por dentro.
Ignorando tudo, Astalotte nos segue. Essa menina é mesmo impiedosa.
"Eu já transei muito com a Aya! E você? Quer transar com a gente?"
"Adeus"
"Espere, Marika!"
Eu decido ignorar as súplicas de Aya e continuo andando. Eu vou apressadamente até a estação. Eu piso com tanta força a cada passo que faço até barulho.
Não é como se eu estivesse esperando por ela.
Mas eu olho para trás.
Ela não está vindo.
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