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Capítulo 4 (Parte 2)




Tradução: Gabrielfsn
Acompanhe a Tradução Original Clicando aqui



Eu não quero voltar para casa nesse estado, então eu vagueio e embarco no trem sem um destino exato.
Pareço uma idiota. Por que eu fiquei com ciúmes quando soube da verdade por trás da relação entre Aya e Astalotte? Em primeiro lugar, eu nem quero admitir que estou com ciúmes. Mesmo descobrindo que tudo que saía da boca dela eram apenas mentiras, era improvável que isso impactasse no nosso relacionamento.
Eu só estou irritada porque ela mentiu pra mim. Sim, é isso. É por isso que estou assim. Eu aceno depois de me convencer de que eu encontrei o real motivo por trás desse meu sentimento inquieto.
Eu preciso que alguém escute minhas reclamações, eu realmente quero desabafar toda a minha insatisfação com outras pessoas. Mas eu não consigo pensar em ninguém com quem eu possa compartilhar meu problema, pois isso é sobre a Aya.

"Ah..."

Tem uma pessoa.
Eu esperei pelo trem certo para entrar e depois de um tempo, eu cheguei em Shinjuku.
Isso mesmo, eu posso ir até aquele bar. Quando pisei na plataforma, eu mais uma vez cheguei à minha carteira para me garantir de que eu trouxe a quantia adequada de dinheiro comigo. Eu lembrei que a Aya não trabalha hoje. Agora, parando pra pensar, para eu saber de algo como o cronograma do trabalho de meio período dela, talvez seja um sinal de que eu fiquei íntima demais dela.
Eu andei seguindo a rua, a mesma rota que ela me ensinou naquele dia. Eu cheguei na frente do bar que ficava longe das multidões. O nome da loja pode ser visto claramente, [Plante a feuillage]. Está em francês, me pergunto o que significa.
(NT: A tradução é 'plantas de folhagem').


Considerando que esta loja tem como público-alvo os adultos, eu me pergunto se devo mesmo entrar ou não. Eu decido abrir a porta na minha frente. Eu relembro daquela cena quando entrei aqui naquele dia, eu não quero repetir o mesmo erro, então dessa vez eu farei isso devagar e com muito cuidado.
Para minha surpresa, tem poucas clientes presentes. Talvez por ainda ser muito cedo.
Karen-san, que estava atrás do balcão, olha para mim, "Ora ora."

"Veio sozinha hoje, Marika-chan?"
"Você lembra do meu nome."
"Bem, é claro. Não tem como esquecer do nome de uma gracinha como você. Mas você pode ter problemas vestindo esse uniforme de marinheira."
"Ah, como imaginei, isso é ruim, né?"

Quer dizer, é claro. Vestindo este uniforme, eu vim até Shinjuku e visitei um bar. Isso com certeza dá a impressão de que eu não tô fazendo coisa boa.
Karen-san faz um sorriso amargo e aponta para as clientes dentro do bar, "Veja."
As outras clientes estão olhando pra mim com rostos inexpressivos enquanto sussurram, "É-é um uniforme de marinheira. Uma menina de ensino médio de verdade....!" ou "I-isso é perigoso. É uma garota de colegial...fo-fo-fofinhaaa....." e muito mais.
Ah, tá, beleza.

"Será um problemão você excitá-las mais do que isso."

Karen-san pega um casaco de dentro do balcão e me dá. Eu ponho ele sobre o meu corpo. O interior da loja é um pouco frio, então é bom usar algo assim.
As outras clientes resmungam em voz baixa, "Ah, o uniforme de marinheira está sendo encoberto...!" ou, "A garota de colegial angelical se foi..." enquanto soam frustradas.
É interessante, porém eu quero que elas parem.

"Enfim, o que trouxe você aqui hoje? Aconteceu algo interessante?"

Se estamos falando de algo interessante, essa cena de agorinha foi bem fascinante.

"Karen-san, um copo de sake super forte, por favor"
"Não mesmo. Eu não quero que meu negócio seja suspenso pelas autoridades"
"Então, durma comigo"
"Quê?!"

Karen-san cobriu suas mãos rapidamente, enquanto seus olhos brilhavam.
......Agorinha, eu acho que vi ela lambendo os lábios. Foi só imaginação minha? Bom, talvez seja porque eu disse algo super descuidado no momento.

"..........................Não podemos. A Aya-chan pode ficar brava comigo"
"Ah, tá bom"

Então se a Aya tivesse de boa com isso, ela iria mesmo me experimentar, né? Agora, se bem me lembro, uma vez a Aya disse, "Eu não sou como a Karen-san." Talvez tenha sido isso que ela quis dizer.

"Garotas de colegial ainda estão na minha zona de ataque, então nunca mais fale algo assim sem pensar de novo, ouviu? Eu posso acabar treinando o seu corpo pra ser uma escrava do sexo super submissiva que não conseguiria mais viver sem mim e desprezaria o toque de qualquer outra pessoa"

Karen-san esfrega seu dedo do meio bem aparado e seu polegar juntos. Ela tem um rosto inocente com uma aura calma, mas sua escolha de palavras realmente reflete sua carreira como atriz pornô.
Por agora, eu peço um copo de coquetel sem álcool que ela me recomendou. Tem a mesma cor do resplendor do mar, um laranja bonito com uma superfície cor de oliva.
Eu tomei um gole e na mesma hora senti uma refrescância em meu peito. Esse coquetel parece ter mesmo um efeito para reduzir o estresse.

"O que foi, hein~? Aconteceu alguma coisa com a Aya-chan?"
"Err, bom..."

Me pergunto o que eu devo dizer. Eu observo a expressão da Karen-san enquanto penso.

"A Aya é popular, né?"
"Hmm, bom, ela é sim. Mas todas as minhas funcionárias são bem populares, sabe"

Eu imagino que a Aya seja mimada por muitas mulheres. Que irritante.
"Então é verdade, mas não é como se eu tivesse problema com isso. Eu sei que ela se importava muito comigo e eu realmente não ligo para suas relações passadas. Mas saber que ela tem várias parceiras de cama e eu sou só uma delas, me irritou pra valer..."
Quando eu desabafei minhas palavras sinceras, a Karen-san pareceu estar se questionando algo e se inclinou pra perto de mim. Mas eu ignorei seu comportamento incomum, eu só sinto vontade de raspar minha cabeça nesse momento.
Eu tô mesmo falando disso pra alguém que eu só vi duas vezes?

"De alguma forma, agora, eu pareço uma mulher bem problemática."
"Mulheres são criaturas problemáticas mesmo. Não é uma coisa ruim de fato."

Ouvindo a Karen-san dizer aquilo, por algum motivo pareceu ter outro significado.

"Em suma, você quer ser alguém que esteja em pé de igualdade com a Aya-chan, certo?"
"Quê? Pé de igualdade?"

Uma pergunta inesperada me atinge tão de repente que eu nem consigo digerir bem o seu significado.

"Você não quer que ela te considere uma existência qualquer, e você não quer pensar nela e ficar agitada sozinha. Você quer que ela pense em você do mesmo jeito...Você quer que ela se preocupe com você. Estou errada?"
"Eh...umm..."

A Karen-san pode estar certa. Ela adivinhou facilmente o que se passa na minha cabeça. Mas eu não quero admitir.

"Falando desse jeito, parece até que eu tô apaixonada pela Aya"

Karen-san me olha como se estivesse se perguntando o que raios eu estou pensando.

"Quê?"
"Haa...essa deve ser uma daquelas situações em que só uma das duas não se toca...Bom, tanto faz. É melhor você só ir resolver logo esse mal-entendido, Marika-chan"

Karen-san sorri com deleite como uma bruxa bonitinha enquanto aponta para algo atrás de mim. Quando eu me viroー

"Marika"
"Eh"

Ela está em pé atrás de mim, sem fôlego, ainda de uniforme mas usando uma jaqueta como camada externa. Ela respira fundo e se senta atrás de mim. Ela então pede uma garrafa de Perrier enquanto olha pra mim. Ela fez uma expressão como se exigisse uma explicação minha, eu decido virar meu rosto para outra direção.

"Por quê está aqui sozinha?"
"Eu vim pedir pra Karen-san dormir comigo"
"Marika..."

Um silêncio paira sobre nós. Ela respondeu de novo com um tom de surpresa.

"....Mesmo depois de já termos feito tanto hoje, você ainda não está satisfeita? Que safadinha..."
"Não é isso!"

Eu juro, as pessoas deste bar são mestras em me tirar do sério. O gongo na minha cabeça começa a ecoar como um sinal de que eu cheguei no meu limite.
Que seja, eu vou encará-la de frente. Eu fixo meus olhos na Aya e aponto meu dedo pra ela.

"Para começo de conversa, o que você tá fazendo aqui? Não seria melhor ter ficado em casa e ter uma segunda rodada com aquela gracinha, ou estou errada?"
"Eu já disse que a nossa relação não é nada do tipo"
"Ela falou claramente 'parceira de cama'"
"Isso já tem muito tempo"
"Nossa conversa mais cedo também já deve ter sido há muito tempo pra você, não?"

Ao ouvir as palavras que saíram da minha boca, Aya perdeu completamente a calma.

"Você só escolheu interpretar minhas palavras no mau sentido. Você nem tem a intenção de ouvir minha explicação desde o início"
"Se um dos lados admite que estão em um relacionamento enquanto o outro não, a probabilidade de ser verdade é de 50%. Você tem alguma prova que possa me fazer acreditar em suas palavras?"
"Se fosse eu, acreditaria em tudo que você me dissesse. Afinal, nós unimos nossos corpos"
"Nossa, é mesmo? Queira me desculpar, mas o corpo e o coração são duas coisas diferentes. Não é como se eu tivesse a habilidade de ver o seu passado e saber a verdade transando com você."

Estamos nos encarando. Eu, definitivamente, não vou desviar meu olhar dessa mulher.
As clientes dentro da loja continuam aumentando. Karen-san tenta explicar o que está acontecendo para as pessoas, "É só uma briguinha idiota entre garotas de colegial. Por favor, não deem atenção". Ao ouvir a explicação dela, eu quase reclamei, mas a Aya puxa minha mão do nada.

"Entendi. Bom então, eu vou mencionar o nome das garotas com as quais já transei. Escute com atenção."

Eu tenho a sensação de que todas dentro do bar estão bem atentas para ouvir a confissão da Aya.

"Ninguém pediu pra você fazer isso"
"Você quer saber de tudo, incluindo o meu passado, certo? Tudo bem, eu não tenho problema com isso, também não é algo que eu queira esconder. Eu não sabia que você tinha um caso sério de ciúme"
"Hãããã?! Eu nunca falei que tinha ciúme!"
"Só porque você era uma virgem, agora fica se descabelando por causa das mulheres que tive no passado. Você é mesmo problemática, mas eu gosto disso em você"
"Eu já disse que você está errada! Eu estou irritada não por causa do seu passado, mas porque você mentiu! Você disse que não estava se encontrando com mais ninguém, mas na verdade estava! Mentirosa!"
"É por isso que eu já falei tantas vezes...Apenas me escute, Marika"

A Karen-san de repente fica entre nós e tenta acalmar a situação como uma árbitra.

"Eu tenho que admitir que a Marika-chan está sendo ingênua demais aqui, mas o modo de pensar da Aya-chan também é muito severo"
"Eu não estou sendo ingênua!"
"Eu também, estou normal"

Tanto a Aya quanto eu viramos os rostos para longe uma da outra. Vendo isso, a Karen-san sorri enquanto cruza os braços.

"Escute, a sua definição de [normal] já é algo comum aqui, Aya-chan, mas por favor entenda que não é algo comum para a maioria das estudantes de ensino médio. Você não pode forçar seus ideais nela, ouviu?"
"....Uhum"
"Eu vou pegá-la emprestada um momento. Tente se acalmar também, Marika-chan"

Karen-san puxa a Aya com força para os fundos. Parece que ela vai levar uma bronca das boas da Karen-san. Por alguns motivos, as outras clientes se aglomeram ao meu redor.

"Eu enten
do seus sentimentos, Marika-chan..."
"Eh"
Ela tem a aparência de uma mulher de escritório, com um rosto bonito e usando um terno. Ela acena sua cabeça bem do meu lado.

"Você não está errada de estar sendo problemática. Porque é óbvio que uma mulher vai ficar curiosa ao descobrir que sua parceira está se encontrando com outra pessoa. Está tudo bem, eu tô do seu lado!"
"Não, espereー"
"Eu também pensei a mesma coisa! Você está certa, então não precisa se desculpar. Você tem todo o direito de ficar brava ao pegar ela te traindo"
"Umm"
"Isso é verdade. Se envolvendo com uma maldita traíra na sua idade, pobre Marika-chan. É o tipo de mulher que vai apelar para o corpo quando não tiver mais argumentos."
"Ah, isso é verdade"

A conversa fica cada vez mais intensa. Essas moças estão cada vez mais animadas. O público se dividiu entre as minhas aliadas e as aliadas da Aya. Eu tenho a impressão de que a nossa luta vai começar de novo, mas que será resolvida pelas nossas representantes.

"Vocês estão erradas!"

Eu decido soltar um grito alto e a luta entre as moças cessa, e então elas focam em mim. Beleza, eu respiro profundamente e preparo uma explicação para resolver todo o mal-entendido. Vamos começar pelo mais básico.

"Não é como se eu estivesse apaixonada pela Aya ou algo parecido!"

Hm? Eu sei entender os meus arredores então eu posso sentir. De alguma forma, o clima está ficando muito mais pacífico. As expressões nos rostos dessas moças mudam enquanto olham pra mim, suas caras parecem a de Buddha. Algumas delas dão tapinhas gentis nos meus ombros enquanto falam coisas como, [Pois é, é a vida].
Eu acho que também ouvi alguém falando, "Uma garota de colegial tsundere natural...inestimável..." com uma voz bem discreta.
"Nos desculpe, Marika-chan. Falamos um monte de grosserias pra você. Vamos voltar para nossos assentos e te observar. Faça o seu melhor, tá bom?"
"Ah..um, tá."

Eu não entendi porquê elas subitamente deram pra trás e deixaram a impressão de que não vão mais se atrever a se envolverem com a gente. Agorinha, eu apenas fui honesta...Eu não consigo me sentir satisfeita com a minha ação depois de ver a reação delas.
Depois disso, Aya voltou com uma cara cheia de remorso, lá vem a segunda rodada.

"Me perdoe, Marika"

Ela de repente curva sua cabeça perante a mim. Hein? O que tá acontecendo?

"Eu não tentei entender os seus sentimentos e forcei meus ideais em você. Me perdoe se eu te fiz ficar inquieta esse tempo todo, deve ter sido difícil pra você não é, Marika?"
"Espera, só um minuto"

Por quê ela tá se comportando como um namorado traíra de novo? Por que ela tá falando algo assim? Karen-san, o que você fez?
Aya naturalmente acaricia minha cabeça enquanto eu fico em guarda perante ela. Através de sua mão, eu sinto que ela está me tratando como uma dona que finalmente entendeu o comportamento estranho da sua gata. Eu não posso aceitar isso.
O fato de que eu não odeio ser acariciada pela Aya me irrita ainda mais. Se eu admitir, é como se eu estivesse reconhecendo que o meu corpo pertence a ela.

"Astalotte começou a vir aqui há mais ou menos um ano. Ela gostou da Karen-san. É por isso que elas brincaram com tantas coisas com uma certa insinuação."
"...Hee"

No fim, ela começou a me contar sobre o passado dela. Muito bem, se é o que quer, estou toda a ouvidos.

"Ela veio aqui sozinha?"
"Sim, na época ela estava procurando por um bar lésbico que permitisse menores. Depois de um encontro e de algumas iscas, ela acabou dormindo com a Karen-san"
"Espera, só um minuto"

Já é a segunda vez só hoje. Essa história aumenta de escala meio rápido demais. Eu me garanto de que a Karen-san, que está atendendo uma cliente, fique longe da gente e pergunto para Aya numa voz bem baixa.

"Eh, por dormir, você quer dizer que elas transaram? Quantos anos ela tem agora? Ela é menor, não é?"
"Terceiro ano do ginasial"

Isso é um crime...

"Karen-san é uma tremenda de uma carnívora, se você se aproximar dela, ela vai te capturar e devorar....por isso, você não pode fazer algo assim de novo. Mesmo que tenha dito na brincadeira, ela não vai demonstrar piedade e vai te virar do avesso. Eu acredito que você não seja tão descuidada."
"Ah, tá"

De repente eu sinto calafrios no meu corpo, será que esse casaco que estou usando agora é dela?
Enquanto ainda penso no casaco, os olhos da Aya estão dispersos, como se ela estivesse se forçando a falar algo que não quer.

"Depois disso, Karen-san e Astalotte começaram a se dar bem"
"?"
"Haaa," Aya solta um enorme suspiro. Enquanto cobria seus olhos, ela de repente confessou algo ultrajante.
"Isso pode soar estranho, mas eu acabei me envolvendo na relação delas"
"Aya, você....isso é verdade?"
"...Eu era criança naquela época"

Isso foi tipo ano passado, não? Eu olho estupefata para ela, que parece envergonhada a julgar pelas suas bochechas avermelhadas.

"É porque eu já conhecia a Karen-san antes disso, e a Astalotte também me convidou, eu achei que seria apenas uma vez...mas eu acabei fazendo com elas algumas vezes. Fazer a três era embaraçoso então eu decidi parar. Desde então, eu nunca me juntei a elas de novo, nenhuma vez sequer. Não é mentira. Mas mesmo assim, Astalotte insiste em me chamar de parceira de cama dela, era cansativo desmentir todas as vezes então desisti. Ela não me escuta mesmo..."

Entendo.

"...Isso é o que chamam de parceira de cama então...?"
"Não. Pois éramos três. Eu não era a principal, eu servia mais como apoio."

Ela me veio com uma lógica que eu não entendi muito bem.
Ah, o som de cacos ecoam na minha cabeça. A Fuwa Aya da minha imaginação se despedaçou completamente.
A única coisa que restou foi...deixa eu ver. É a Fuwa Aya que se perde dentro da escola e não tem ideia de para onde ir na troca de salas. Ela parece bem mais acessível desse jeito.
Por outro lado, essa outra Fuwa Aya na minha frente está me olhando com uma ansiedade estampada na cara. Seu olhos continuam dispersos e então se encontram com os meus.

"...Está desiludida?"

Para ter confessado tudo isso, ela deve ter acumulado muita coragem. Porém, eu não sou ela, então eu sofro um pouco para manter minha compostura.

"Uhh, bem, talvez...Algo como uma ménage, é tão fora do meu mundo, que não chega afetar a forma como eu te enxergo."
"Falando assim, eu não sei se fico aliviada ou o contrário"
"Eu também tô confusa aqui. Digo, a garota com quem sempre transei subitamente confessa que esteve em uma relação à três antes, e ainda por cima, suas parceiras eram uma menina de ginasial e uma ex-atriz pornô, isso é...pfft"

Ah, acho que cheguei no meu limite. Eu solto uma risada alta, isso é tão engraçado.
Eu sempre pensei nela como uma pessoa madura. Mas depois de vê-la contando seu passado com suas bochechas vermelhas como um tomate igual uma bêbada, eu acabei enxergando ela como uma criança, só que alta. Isso é tão estranho.

"E então vocês viraram parceiras de cama. Aya, por quê você aceitou o convite delas...Haah, minha barriga dói"

Ela parece mais envergonhada cada vez que eu dou risada.

"Eu não sei. Eu estava com tesão naquele dia. E também, eu tinha visto um dos vídeos da Karen-san naquele período então fiquei meio interessada"

Agora ela está sendo honesta. Será que ao invés dela não querer mentir pra mim, ela na verdade está tão sem jeito que não consegue mentir?

"Pare, você não precisa me fazer rir mais que isso. Ei, será possível que você não é uma pervertida, mas sim uma simples idiota?"

Eu tirei sarro dela com todo o gosto. Aya me dá aquele olhar afiado e passa a culpa pra mim.

"Marika é a idiota"
"Nem, eu nunca fiz ménage"
"Podemos esquecer disso só por um segundo? Eu quero falar sobre você e a sua ideia sobre namoro compensado sem pensar a fundo nas consequências"
"Por exemplo, alguém invadir sua sala de aula segurando uma tesoura?"
"...Correto. Se você não consegue prever a ação de alguém próximo de você, imagine de um estranho? Se o pior acontecesse e você fosse atacada, conseguiria se proteger? Aposto que não"

As palavras dela acertam meu peito. Levando em consideração que ela já se envolveu em um acidente, suas palavras parecem ter peso. Eu não consigo falar nada.
Eu tentei quebrar o silêncio entre nós.

"Mas acabou que deu tudo certo...Porque foi você quem me comprou"
"...."

Ela vira o rosto pra longe de mim, a julgar por sua atitude suspeita, é como se ela estivesse deixando implícito que todo esse fiasco não foi simplesmente sorte.
Sinto como se tivesse levado água gelada na cara, e então tive um estalo.

"Eh, não me diga..."

Será que, a Aya estava...

"....Você estava preocupada comigo, e então decidiu fazer aquele acordo?"

Talvez este momento seja a maior surpresa dos últimos dois meses. Aya começou a inventar desculpas.

"Eu sou péssima pra falar assim, mas quando a Karen-san me repreendeu mais cedo, ela me disse pra parar de esconder as coisas de você."

É raro ver a Aya ríspida desse jeito, mas eu entendo que ela só está tentando esconder a vergonha.

"...Isso mesmo. Eu estava preocupada com você"
"Isso é verdade?"
"Existe outro motivo?"
"Mas, eu achava que você só estava brava por sua colega de sala negar a possibilidade de garotas se amarem, e então decidiu dar uma ou outra lição. Ou algo parecido"
"Por quê eu transaria com alguém que eu odeio? Isso é tolice"
"Eehh....?"

Bom, isso é fato. Mas, eehh...?
Essa conversa está sendo tão súbita que meu cérebro não consegue acompanhar. Isso é tão estranho. Afinal, eu me considero alguém que consegue entender seus arredores.

"Resumindo, você só queria me impedir de ter namoros compensados com homens velhos aleatórios porque estava preocupada. E para ter certeza que funcionasse, você bolou aquele [Contrato] comigo antes de eu realmente aceitar. Então toda aquela história sobre garotas poderem ou não namorar umas com as outras era só uma desculpa conveniente?"
"Não é como se tivesse zero relevância, mas é a essência."
"Por quê?"
"............"

Igual à um jogador de beisebol esperando pelas instruções de seu treinador, ela olha para a Karen-san.
Karen-san responde o sinal da Aya com um leve aceno.
Aya suspira, e então olhando pra mim, ela suspira de novo.

"O que foi?"
"Você é mesmo ruim em entender a situação, hein?"
"Hãã!?"

Como se atreve!? Ah, e eu não quero ouvir isso dela!

"Eu nunca interpretei mal uma situação! Hã? Você está insinuando que seu motivo é algo tão óbvio que eu só preciso parar pra pensar? O motivo por trás do que te levou a ter me comprado por um milhão de ienes?! Tá me dizendo que é algo tão fácil de descobrir se eu só usar um pouco a cabeça?!"
"É claro. A prova é, bom, eu aposto que todas do bar já sabem, você é a única que ainda não entendeu"
"Pessoas que já descobriram!"

Eu sei que todas aqui dentro estavam escutando nossa conversa desde o início, então eu decidi fazer uma votação.
Todas levantam a mão. Não, não, não, não, não pode ser.

"Eu aposto que vocês só estão seguindo a onda e levantando a mão!"
"Escute, Marika"
"Espere, eu já entendi a sua intenção. Isso é algo que me fascina, então eu pretendo solucionar sozinha. Me dê só mais uma semana para solucionar esse problema."
"Marika."

Aya me força a olhar pra ela, seus olhos estão sérios. Tudo bem.

"Apenas me escute, por favor. Eu já sabia sobre você desde o primeiro ano"
"Entendo..."

Eu também sabia sobre você. Éramos de turmas diferentes, mas eu já tinha ouvido muitos rumores seus. É claro que muitos deles eram ruins, principalmente porque as senpais presumiam que ela era uma novata convencida. Por curiosidade, eu fiz uma visita a sala dela com minhas amigas só pra ver que tipo de pessoa ela era.
Eu lembro que a Aya daquele dia estava muito bonita.
Por isso, a probabilidade de que os rumores fossem feitos por despeito era altíssima. Para uma beldade que tem má reputação, um lugar como a escola é muito estreito. Eu até senti um pouco de simpatia por ela.
Bom, depois que fomos colocadas na mesma sala no segundo ano, eu percebi que tinha uma compatibilidade ruim com a atitude descarada dela.

"Eu sempre vi você como alguém que brilhava em qualquer lugar e eu achava isso incrível. Todas sempre pareciam se divertir quando estavam com você, e eu também lhe achava bonitinha."
"B-bem, eu era meio popular"

Ela segura minha mão e olha pra mim daquele jeito apaixonado enquanto diz algo fervoroso assim. Só me resta ficar com vergonha.

"Quando fomos colocadas na mesma sala, você instantaneamente se tornou o centro da turma. Você sempre teve a iniciativa de entrar nos comitês, e sempre estendeu a mão para as garotas mais isoladas. Você sempre sorri enquanto dá atenção pra todo mundo, e é por isso que eu sempre te admirei"

Isso é embaraçoso.

"I-isso não é verdade. Eu só compreendi o clima e criei uma turma confortável para todas, porque era isso que eu queria. Tudo para o meu próprio bem. E além disso, eu realmente não suporto você"
"Era porque eu evitava você por vontade própria"
"...Por quê?"
"Você sabe o que aconteceu na minha antiga escola, não sabe? Nada de bom virá se eu me destacar, só causaria problemas, eu não sou boa o bastante. Por isso eu quis garantir que você não pudesse se aproximar de mim. Eu não quero que você se envolva comigo"
"Mas você acabou me envolvendo na sua vida"
"Eu não tive escolha, porque, você tava falando aquelas coisas...Até parece que eu poderia me segurar depois de ouvir aquilo."

Esse tom de voz não me é estranho. Me lembra o meu tom quando eu não consigo ser honesta. Nesse momento, ela parece comigo quando sou teimosa.

Será que...
A Aya está...?

Eu sinto o meu rosto esquentar.
Talvez eu só esteja pensando demais, mas, é possível que...eh?
Eu olho para a cara da Aya que está com a mesma cor da minha. Eu fui franca e perguntei a ela de maneira dócil.

"Você está....apaixonada por mim?"

Aya brinca com seu cabelo enquanto respira profundamente como se estivesse ganhando tempo. Eu posso sentir o seu cheiro claramente, o cheiro de xampu. Junto desse cheiro de costume, tem uma mistura de cheiro de suor. O cheiro que sempre restava depois de transarmos.
Eu engulo em seco e espero Aya falar. Parece até que o relógio dentro do bar parou. Eu não consigo ouvir mais nada, nem a melodia de jazz que sempre toca.
Como se tivesse aceitado seu destino, Aya finalmente confessa seu sentimento por mim, literalmente.
"Isso mesmo, Marika. Eu estou apaixonada por você. Eu sempre pensei sobre como seria ótimo poder ficar mais próxima de você"
Ouvindo essa confissão dela, o nevoeiro dentro da minha cabeça desaparece num instante. Por trás dessa névoa lentamente se dissipando, eu vejo o meu mundo de repente se tornando tão brilhante.
Olhando para Aya agora, me lembro do sol no fim do horizonte. É tão brilhante que não consigo olhar para o seu rosto.



"Ee, eehh...Isso é...Umm..."

Aya acabou de se confessar, mas continua me atacando com suas palavras honestas igual a uma saraivada de flechas.

"É por isso que, quando eu ouvi você falando que queria fazer encontros compensados, eu abominei a ideia. Eu me senti triste quando você disse claramente que não aceita relações entre garotas, porém mais do que isso, eu realmente não consigo não me preocupar com você. E se algo ruim acontecesse?"

Eu lembrei de mim no passado.
Até agora, quantas vezes eu falei [é impossível] na frente dela, e quantas vezes eu feri os seus sentimentos fazendo isso? Eu fiz ela passar por várias rejeições ásperas bem na cara dela.
Quando me dou conta do que fiz, eu não consigo parar de tremer. Eu levo a minha mão até a mão da Aya e a seguro.

"Me perdoe, Aya. Eu só falei coisas dolorosas pra você esse tempo todo."
"[É impossível]?"

Aya afrouxa suas bochechas e forma um sorriso.

"Na verdade, eu não me incomodo. É muito mais excitante quando eu tenho sucesso em fazer uma garota hétero mudar para este lado. Além disso, minha parceira é a brilhante e fofa Marika, essa é a melhor parte"
"Uwaah, pervertida"

Aya parece totalmente inabalada por minhas rejeições passadas. Me devolva o meu remorso.

"Haah, caramba...mas faz sentido. Quando sua crush de repente diz que quer dinheiro, é claro que você vai puxar um milhão de ienes facilmente e realizar o seu desejo num instante. Afinal, você é super rica."
"Rica? Eu?"
"Quê? Você não é?"
"Por quê você acha isso?"

Porque, eu não posso dizer...que me baseei em rumores sem fundamentos.

"Porque você puxou um milhão de ienes da sua bolsa sem esforço algum...por isso eu achei que fosse o caso."
"Como assim?"

Ela está rindo. Essa risada é tão arrojada que faz o meu coração flutuar.

"Aquele dinheiro é resultado do meu trabalho aqui. É algo como um fundo de emergência"
"Eh...Então, você é uma garota de colegial comum com uma visão normal do dinheiro?"
"Não sei...eu juntei bastante no fim das contas, comparado a outros trabalhos de meio período por aí."

Mas que surpresa...

"Eh, então você sempre usou esse fundo de emergência pelo meu bem? Eu sou mesmo tão valiosa assim pra você...?"

Sem nenhuma dúvida, ela acena.

"É claro."

Não acredito nisso.
Claro, ela parece se divertir trabalhando aqui, diferente de mim e da minha experiência sombria onde eu era assediada sexualmente no meu antigo trabalho. Mas ainda assim, é um milhão de ienes, sabe? É natural usar isso para o próprio bem, não?
Embora, eu quase tenha posto meu corpo em perigo por uma bolsa de 30,000 ienes. Caramba.
Como se estivesse cobrindo o calor no meu peito, eu sussurrei lentamente, "Aya, você gosta demais de mim."
Minha nossa, o que foi isso?
Uuh, eu me sinto tão feliz agora. Estou feliz, mas.

"Você acha? Mas eu não me arrependo. Porque eu já imaginava que um dia, eu usaria esse dinheiro para fazer a pessoa que eu amo feliz."

Ouvindo as palavras da Aya, meu coração não para de acelerar.

"Eu ficaria contente se depois que nosso acordo acabasse, você aprendesse que namoros compensados são perigosos e não se atreveria a tentar fazer de novo. Mas quando eu pensei nisso como uma chance, eu fiz de tudo pra você se apaixonar por mim."
"Ah, então é por isso que você disse tanto a palavra 'amo'..."

Nesse momento, o rosto da Aya parecia o de alguém que acabou de presenciar uma enorme tempestade. Ela me olha seriamente.
Eu sempre achei que me dava mal com esses olhos.
Mas a verdade é que, eu fico em dúvida...
Sempre que olho para esses olhos, eu não consigo me acalmar. Mas isso significa que me dou mal com eles? Eu não acho...
É o contrário. Eu sempre penso demais quando ela me encara com esses olhos.
Ah, eu deveria dar uma resposta pra ela. Estou ficando um pouco confusa. Para ela me amar tanto assim....
Aah caramba, eu ainda não posso acreditar. Minha cabeça tá em pânico total.

"Um, escute, Aya....o que você achou quando tivemos nosso primeiro beijo e fizemos sexo pela primeira vez?"

Por que raios eu tô perguntando uma coisa dessas?

"Foi a melhor coisa. Me senti feliz por estar viva. Eu sou muito grata aos meus pais que me fizeram aprender aikido."

Ela aperta suas mãos formando punhos poderosos. Mas eu realmente gostaria que ela parasse de pensar nos pais dela enquanto transa comigo.
Aahhー
Mesmo ela me considerando como alguém que não consegue entender seus arredores, como eu imaginei, ela é muito mais desajeitada do que eu. Porque nós sempre agimos sem tentar entender as intenções da outra até agora.

"....Por quê?"
"Eh?"

Eu acabo repreendendo ela.

"Por quê você escondeu a parte mais importante?! Falava de uma vez! Eu não conseguia compreender sua forma de pensar e sempre me irritava com você. Se você gosta de mim, era só ter falado desde o começo!"
"Eeh, isso é mesmo tão importante? Meus sentimentos tem alguma importância nisso tudo?"

Mas que papo furado é esse, menina?

"É claro que é importante! Na verdade, é óbvio que os seus sentimentos são as coisas mais importantes! Se você só tivesse dito isso desde o começo, algo como dinheiro seria totalmente irrelevante!"
"Irrelevante?"
".........Não, não é nada"

Eu não posso falar.
....Eu fico imaginando, se ela tivesse se confessado pra mim naquele dia, me pergunto o que eu teria feito.
Eu insisto que garotas se namorarem é algo que não pode acontecer, e mais ainda, a Fuwa Aya que eu odeio se confessar para mim. Mas quando eu imagino a Aya se confessando pra mim com o rosto avermelhado...Eu acho que ficaria feliz.
De início eu seria pretensiosa, afinal aquela Fuwa Aya está se declarando pra mim. É óbvio que isso me daria um senso de superioridade.
Mas aposto que esse sentimento não seria duradouro. Se Aya lançasse seu ataque de forma extrema como vem feito até então, eu definitivamente...

Definitivamente, o quê?

Eu definitivamente...?


ーEu definitivamente me apaixonaria por ela?


Quando chego nessa resposta, meu coração acelera tão subitamente que me sinto sufocada. Meu peito dói, minha visão fica estreita. Só há uma pessoa no centro da minha visão, Aya.

"Ei, Marika"

Ela toca minha bochecha enquanto me olha com aquele rosto lindo.
Só com este simples gesto, eu sinto como se uma corrente elétrica percorresse meu corpo. Eu sinto que vou chorar.

"Eu transmiti devidamente tudo do fundo do meu coração. Agora é a sua vez. E então? Você ainda me odeia?"
"Isso não..."
"Diga, Marika"

Eu não posso fugir dela já que estou sentada no canto do balcão. Eu percebi que estou sendo desonesta nesse momento, pois eu não respondi a declaração dela mais cedo.

".......Eu não beijaria alguém que eu odeio"

Eu quero ser honesta, mas as palavras que saem da minha boca são tão distorcidas. Não é isso que eu quero transmitir. Aya, que sabe bem disso, não dá pra trás e continua me pressionando.

"O que quer dizer com isso?"

Eu quero falar como se deve.

"Eu...não te odeio mais"
"Só isso?"

Eu respiro bem, meu coração está tão inquieto que parece que vai rasgar o meu peito.
Eu balanço a cabeça timidamente, eu consigo!

"Não é...só isso..."
"Então...você gosta de mim?"

A mão que tocava minha bochecha agora chega ao meu cabelo, ela acaricia minha orelha devagar. Minha cabeça fica dormente apenas com seu toque.
Eu não ouço mais nenhum outro som ao meu redor. Meu mundo se resume à Aya.
Eu devo dizer agora, porque senão, eu perderei essa chance pelo resto da vida. Eu devo transmitir este sentimento à ela. Eu consigo.

"...Sim"

Mas Aya balança a cabeça impiedosamente.

"Assim não"
"Eh..."

Eu tenho certeza que meu rosto está cheio de desespero agora. Olhando para o meu estado atual, Aya lambe seus lábios de forma erótica.

"Fale direito. Ei, você gosta de mim, não é?"
"Aya...você é má"
"É porque você tá tão fofinha agora. Além disso, eu já falei a minha parte certinho"

Sim, você falou. É por isso que agora eu estou tão envergonhada, e tão feliz. Eu não posso manter esse sentimento só pra mim, eu devo compartilhar com ela.
É por isso que, eu devo falar devidamente.
Não se trata de ganhar ou perder, mesmo que esse tenha sido o caso antes, eu quero que a Aya seja a vencedora. Lembrando de toda a devoção e amor dela por mim esse tempo todo, eu quero lhe dar uma medalha.
Eu já decidi que vou despejar todos os meus sentimentos nestas palavras.

"Eu"

Minha respiração para. Só despeje tudo.
Todos estes sentimentos.


"Eu...gosto de você"

Os sentimentos estão transbordando. Já não podem mais ser impedidos.

"Eu gosto muito de você, eu gosto mesmo de você, é verdade que amo você. Eu estou apaixonada por você."

Eu abraço ela. Eu posso senti-la em cada centímetro do meu corpo. Esses sentimentos não param.
Eu decido parar de ser obstinada, e o resultado são esses sentimentos que eu não consigo mais guardar.

"Me desculpe por não ter sido honesta. É porque, eu sempre pensei que você não se importava comigo mesmo, eu achava que este sentimento era unilateral. Eu tinha certeza de que era isso e era irritante, por isso eu não conseguia admitir...."

Eu acabei de perceber depois que ouvi minhas próprias palavras.
O fato de que estou profundamente apaixonada por ela.

"Mas agora, eu estou feliz. Porque você transmitiu claramente os seus sentimentos pra mim. Estou feliz, porque este meu sentimento não é mais unilateral....Eu gosto de você, eu gosto tanto de você...Eu quero ficar com você para sempre, a partir de hoje"

Aya me dá leves tapinhas gentis nas costas. Eu não percebi que havia começado a chorar em algum momento. São lágrimas de alegria que foram derramadas porque nós finalmente entendemos os sentimentos uma da outra. É a primeira vez que sinto algo assim.
Também é a minha primeira vez amando alguém tanto assim. Aya me proporcionou tantas primeiras vezes, e enfim, eu pude ser honesta com meus sentimentos.

"Eu te amo...desde sei lá quando. Mas talvez eu tenha me apaixonado por você desde o começo...porque eu sempre tinha curiosidade sobre você, e eu sempre te adorei. Eu sempre te observei há muito tempo."

Afinal, esse tempo todo, Aya ainda está disposta a me amar. Saber que nosso amor é mútuo me deixa muito, mas muito feliz.
Aya enxuga minhas lágrimas com seus dedos e então sorri pra mim.

"Obrigada, Marika. Vamos ficar juntas para sempre."

Ao escutar sua resposta gentil, eu aceno rapidamente.

"Sim. Eu realmente te amo, Aya."
"Eu também, Marika."

Nos deixando levar pelo momento, cruzamos nossos olhos e aproximamos nossos rostos para nos beijarmos. Mas antes de conseguirmos, uma mão fica entre nós agindo como uma parede. Ei, que grosseria.
Eu franzi e olhei para a dona dessa mão.
Eu vejo a Karen-san com a outra mão em seus lábios, olhando pra gente com um sorriso irônico.

"Essa foi uma demonstração maravilhosa de uma cena de declaração. Mas, vocês não precisam servir essas moças mais do que isso, tá bom?"
"Eh....?"

Eu esqueci completamente.
Eu olho ao redor do bar, todas desviam seus olhares da gente. Parando pra pensar, ainda estamos dentro do bar. Mesmo aqui sendo bastante ofuscado, dava para enxergar claramente o que estávamos fazendo.
Uwaah....isso é vergonhoso demais.
Karen-san aponta para uma porta atrás do balcão enquanto sorri.

"Então por isso...continuem ali dentro. Tudo bem?"

As clientes começam a fazer vozes estranhas, como se um coro harmônico estivesse mostrando seu desapontamento...
Mas neste momento, eu não posso compreender o clima. Eu tenho algo mais importante do que entender a situação e me ajustar ao fluxo.
Ela está nos meus braços, minha primeira e única pessoa especial.
O lugar ao qual pertenço, o lugar formado por um acordo de um milhão de ienes.
Eu tiro o casaco e coloco na cadeira depois de dobrá-lo corretamente. Eu me viro e me levanto da cadeira.

"Vamos, Aya"
"Sim, Marika"

Nós duas andamos até o quarto atrás do balcão, é um quarto de descanso. Quando abrimos a porta, eu posso rapidamente estimar que o quarto tem, mais ou menos, 4-tatamis de largura (NT: algo em torno de 6,6 metros quadrados) com uma cama dentro. Somos só nós duas juntas dentro de um quarto apertado. Aya fecha a porta e sorri enquanto parece um pouco embaraçada.

"Eu frequentemente uso essa cama quando fico aqui. Então os lençóis são trocados regularmente, tá tudo bem. Além disso, esse bar tem um banheiro, um, por isso..."

Logo antes da Aya terminar sua divagação, eu deito meu corpo na cama enquanto olho pra ela. Eu tenho certeza de que minha saia está num lugar que não vai amarrotar e causar problemas.

"Aya"

Ah, essa cama tem o cheiro da Aya.
Só de saber disso, meu coração parece que está sendo espremido de novo. Eu fecho meus olhos e respiro fundo, as recordações de quando nos tocamos começam a fluir na minha cabeça.
A Aya não é a única que estava se segurando, eu também queria ela agora mesmo. Talvez eu...tenha virado uma pervertida. Eu tenho certeza que a perversão dela me contagiou. É, deve ser isso. Porque nesse momento, eu quero muito ela.
Eu abri meus braços e tentei olhar pra ela com encanto.
Eu apenas a convidei.

"Está tudo bem. Porque, eu sei que você quer fazer isso agora mesmo. Você estava excitada desde cedo, né? Então, vem cá...e faça amor comigo como se deve fazer. Tá bom?"

Ela mergulhou nos meus peitos.


Para nós duas fazermos algo assim no local de trabalho da Aya, nós somos mesmo, um par de crianças sem salvação....♡

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