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Interlúdio 2




Tradução: Gabrielfsn
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Tudo ao redor delas é branco.
Conforme a jovem Menou viajava com a sacerdotisa de cabelo vermelho, elas constantemente tinham que lidar com tabu e heresia. Iniciando sua jornada de sua cidade natal apagada, Menou testemunhou muitas tragédias nessas viagens. Ela já estava demasiadamente acostumada com a estupidez do mundo e a tolice da humanidade, mas ainda assim, ela ficou espantada com a absoluta branquidão deste lugar onde agora se encontra.
O céu estava escondido atrás das nuvens, e o chão em si não é nada além de branco até onde os olhos podem ver. Isso se espalha para todas as direções, tão surreal que poderia fazer alguém perder todo o senso de distância—além de todo o resto.

“Consegue acreditar? Este lugar costumava ser um continente repleto de habitantes.”

Menou não conseguia acreditar.
O chão tem um barulho áspero quando pisa com seus sapatos, mas não era cascalho. Era sal, elevando-se em fracas nuvens com cada passo.
A terra em si estava incrustada em sal.

“Também costumava ser um lugar enorme, mas como se tornou uma massa de sal, passou a se dissolver no oceano lentamente. Agora é basicamente uma ilha grande, e tenho certeza de que em algum dia, não muito distante, desaparecerá completamente.”

A escala dessa destruição era tão vasta que Menou dificilmente conseguia imaginar.
Crunch. Crunch. A sacerdotisa de cabelo vermelho continuou andando.

“Veja.”

Havia uma única espada penetrando no chão.

“É a Espada de Sal. Uma espada que pode facilmente destruir este mundo inteiro.”

A lâmina não parecia nem um pouco afiada; parecia tão quebradiça que poderia se desfazer com apenas o toque de um dedo. Embora a espada branca não parecesse servir para uso prático algum, era a fonte de uma massiva calamidade uma vez causada por um Puro Conceito.
É a própria encarnação da purificação, com o poder de transformar tudo que perfura em sal. O alcance de sua erosão é ilimitado. De fato, ela transformou um continente inteiro, cheio de vida, em nada. A terra estava lentamente se dissolvendo no oceano, e agora não é nada além de uma ilha deserta.
Era plenamente possível que o mundo inteiro tivesse o mesmo destino.
Enquanto Menou recupera o fôlego diante da inacreditável escala de transformação, a sacerdotisa de cabelo vermelho vira em sua direção.

“Entende agora? Esse é o poder de um Puro Conceito. Ádvenas podem causar calamidades massivas.”

Erros Humanos—essas calamidades em escala apocalíptica—são obras de Ádvenas.

“Então.” Tendo trazido Menou todo este caminho até a extremidade do mapa, a sacerdotisa fala cuidadosamente. “Como pode ver, a aniquilação de sua cidade não foi nada demais.”

Talvez ela devesse estar apavorada.
O incidente no qual o lugar de origem de Menou foi destruído, foi um enorme desastre. Suas memórias se tornaram brancas e escaparam de sua mente, mas ela sabe que aquela cidade devia ter sido preciosa para ela.
No entanto, ao invés de medo, os pensamentos de Menou vão em outra direção.
Em vez de pensar em sua cidade e suas memórias, que desapareceram tanto quanto este continente, Menou olha para a sacerdotisa de cabelo vermelho.
Esta pessoa era uma sacerdotisa com uma aura vermelha-escura que poderia facilmente parecer aterrorizante.
Ela trouxe Menou todo o caminho até aqui apenas para dizer isso à ela?
Elas partiram nesta longa jornada apenas para que a sacerdotisa pudesse dar algumas palavras de consolo sobre a terrível perda de sua cidade e o fato de que ela não conseguia lembrar nada sobre?
Conforme a possibilidade ocorre a ela, uma única gota de vermelho permeia o coração de Menou.

“Eu decidi o que quero fazer.”
“Ah, é? Deixe-me ouvir.”
“Eu quero ser você.”

Por um momento, apenas um brevíssimo momento, a sacerdotisa de cabelo vermelho pareceu surpresa.

“...Não entendo. Você diz que quer ser como eu? Eu sou uma vilã, sabia?”
“Eu pensei que você era uma sacerdotisa pura, justa e forte.”
“Você é idiota ou o quê? Não sabe o que é sarcasmo?”

Menou reparou que a sacerdotisa estava tentando dissuadi-la, mas de qualquer forma fez o seu pedido.

“Eu ainda quero ser como você.”

Foi o que a sua alma puro branco começou a almejar por conta de uma única gota de vermelho escuro.
A cidade branca na qual sua vida começou, o sacrilégio trabalho de uma sacerdotisa, e a planície de sal que as cercam agora, tudo solidificou os sentimentos de Menou.

“Você previne coisas como o que aconteceu com a minha cidade natal.”

Foi a lâmina da sacerdotisa que salvou Menou nos restos brancos de sua cidade.

“Se você diz que é uma vilã, então eu também serei uma vilã”
“Imbecil.” A sacerdotisa a encara como se ela fosse inacreditavelmente estúpida. “Então, apenas torne-se uma sacerdotisa normal. Talvez assim você consiga ser de fato pura, justa e forte, não acha?”
“Eu sei.”
“Você está escolhendo o caminho errado na vida. Ainda pode mudar de ideia.”
“Eu sei.”

Menou sabia que tinha outras escolhas, mas ela ainda olha firmemente para a sacerdotisa de cabelo vermelho.
A tal chamada vilã que sarcasticamente se apresentou como pura, justa e forte.

“...Tch. Você é um caso perdido.”

A mulher deu meia volta e começou a andar, Menou acelerou para segui-la e agarrou na capa de suas vestes.
Enquanto ela andava lado a lado com a sacerdotisa, que parecia terrivelmente irritada, Menou deu uma olhada em seu rosto.

“Eu posso saber o seu nome?”
“Flare... Ou melhor, me chame de Mestra.”
“Sim, Mestra.”

Foi nesse dia que a jovem Menou decidiu se tornar uma Executora.
Naquela terra de sal, na qual ela chegou após sua família, amigos e cidade se tornarem brancos—pela primeira vez, Menou sentiu como se tivesse uma resposta.

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