Capítulo 22 - Bruxa da Inveja VS Bruxa da Inveja
Embora a luta entre elas tenha ficado acirrada, nenhuma das meninas ficou ferida.
O feitiço de proteção da Melody manteve a Luciana longe de qualquer perigo, impedindo que qualquer magia prejudicial passasse. Luna, por outro lado, manteve a Luciana afastada e impediu-a de diminuir a distância, atirando incontáveis orbes negros para atrapalhar sua visão e audição.
Mas o mais importante é que a Luciana não tem como revidar.
Ela poderia chegar perto, mas a Luna vai disparar um orbe que bloqueará parte de sua visão. Nesse período de cegueira momentânea, Luna então se afasta, colocando distância entre elas novamente.
Esse processo se repetiu diversas vezes, colocando a luta das meninas num impasse.
| Luciana | [... Isso pode não estar indo muito bem para mim. Mas o que eu posso fazer? Há algo que eu possa fazer para acabar com isso?]
Na verdade, Luciana ainda está ilesa, mas sua resistência não é infinita. E enquanto elas lutam neste espaço estranho e isolado, Luciana está ciente de sua esmagadora desvantagem: Luna pode facilmente fugir, deixando-a presa aqui.
| Luna | [Luciana, que tipo de poder você tem?! Por que nenhum dos meus feitiços está funcionando?!]
Luna gritou histérica enquanto disparava outra esfera negra.
| Luna | [Por que você faz isso?! É injusto! Eu nunca vou te perdoar!]
As emoções da Luna tornaram-se instáveis, provavelmente devido ao uso excessivo da estranha magia negra, e ela direcionou seu ciúme extremo para a percepção de invencibilidade da Luciana. No entanto, suas palavras geraram uma resposta repentina e raivosa.
| Luciana | [Do que você está reclamando? Injusto isso, injusto aquilo, não fale como se você fosse a única que foi ferida!]
As reclamações unilaterais da Luna fizeram a Luciana explodir de indignação. No entanto, suas emoções intensas causaram outra coisa, talvez a chave para quebrar o impasse, quando a Luciana de repente sentiu uma onda de poder saindo de seu peito, vem do anel pendurado na corrente em volta do pescoço. Ela retirou o anel de debaixo das roupas e ele emitiu uma luz prateada brilhante.
| Luciana | [Isso não é...]
Na verdade, é o mesmo anel de quando ela começou suas sessões de treinamento mágico com a Melody no mês passado. Melody circulou seu poder mágico através da Luciana como uma forma de treinar a garota nobre para sentir o seu próprio poder mágico, mas foi só depois que a sessão terminou que a Luciana percebeu que partículas de prata apareceram dentro do cristal índigo do anel.
Ela não tinha entendido o seu significado na época, mas agora é óbvio para ela.
Luciana segurou em suas mãos...
| Luciana | [... um cristal cheio da magia da Melody]
Ela sabe disso agora, tendo sintonizado o poder mágico da Melody fluindo através de seu corpo. A luz prateada que veio do anel carrega o mesmo sentimento, e agora o poder a chama. O que ele está dizendo?
| Luna | [Aaaaah!!]
| Luciana | [Ah?!]
Luna disparou outra esfera escura, aproveitando a abertura da distração da Luciana. Embora a bola não a machucou, Luciana quis evitar o golpe, mas quando estava prestes a se esquivar, o anel balançou para frente na corrente para interceptar o ataque.
| Luciana | [Oh não, o anel!]
Mas embora ela tenha entrado em pânico... a bola preta de repente explodiu como um balão ao tocar o anel.
| Luna | [O que foi desta vez?!]
Foi a vez da Luna gritar de surpresa, o anel ainda flutua no lugar e a Luciana ficou olhando com espanto. Se o anel pode fazer isso, então talvez...
| Luciana | [Posso... lutar contra a Luna com isso?]
O anel pareceu pulsar mais forte, como se estivesse respondendo, mas...
| Luciana | [Eu não quero machucar a Luna. O que eu deveria fazer?]
Ela estava com medo de fazer com a Luna o que o anel havia feito com aquela bola preta, e por isso a Luciana relutou em agir.
Mas foi como se o anel entendesse a incerteza da Luciana e voltasse a brilhar. Desta vez, transmitiu uma intenção diferente.
| Luciana | [Eu deveria... usar você no meu dedo?]
Depois de se esquivar de outro ataque da Luna, Luciana soltou o anel da corrente e colocou-o no dedo médio da mão direita. A luz prateada ficou ainda mais brilhante e pareceu se concentrar em suas mãos, assumindo uma nova forma.
E essa forma é bastante familiar...
| Luciana | [... Um harisen?]
Um leque brilhante de prata brilhante emergiu da luz.
Esse é um dispositivo de tortura com o qual a Luciana conhece bem e que não deixa ferimentos: o harisen. Melody a ensinou a usá-lo há algum tempo, e a Luciana se acostumou a usá-lo para manter sob controle as reações exageradas do pai. E agora, esta é a arma perfeita para a Luciana usar agora.
Luciana agarrou o harisen com força, a alegria fluiu através dela e ela deu uma risada ousada.
| Luciana | [Isto é perfeito. Eu nem preciso me preocupar com a sua morte, não importa o quão forte eu golpeie ou quantas vezes eu bata em você. Esse é o tipo de arma que esse Harisen é]
| Luna | [... Huh?!]
O brilho violento nos olhos da Luciana abalou a Luna profundamente e, naquele instante, Luciana correu direto para ela.
| Luna | [Fique longe!]
Luna disparou voleio após voleio, mas a Luciana não prestou atenção aos projéteis. Embora fosse problemático perder temporariamente a visão ou a audição, eles não causavam danos e, em última análise, não eram uma ameaça. E acima de tudo, ela não precisará se preocupar com a privação sensorial se tudo o que ela precisa é seguir em frente.
Vendo a Luciana avançar implacável, Luna ficou muito agitada para se ajustar, ela deveria ter recuado, colocado distância entre ela e o perigo que se aproximava, mas tal plano não lhe ocorreu.
E antes que ela percebesse, Luciana estava diante de seus olhos.
| Luna | [Luciana?!]
| Luciana | [Lunaaaaaaaaa!!]
Ela ergueu o leque bem acima da cabeça, segurando com as duas mãos, e colocou o leque na cabeça da Luna.
| Luciana | [Já chega!!]
Um *SMACK!* alto e satisfatório pontuou o grito da Luciana, ecoando pelo espaço vazio. Ao mesmo tempo, um leve fluxo prateado pareceu passar pela Luna.
| Luna | [Aaah, aah, aaahhh!!]
Começou a apagar a magia negra que se enraizou na Luna, envolvendo-a em um suave brilho prateado. Em pouco tempo, nenhum vestígio da magia negra do Rei Demônio permaneceu.
Luciana olhou para suas mãos e descobriu que o harisen havia desaparecido e percebeu que a prata dentro de seu anel também havia sumido, era como se o único ataque tivesse usado todo o poder armazenado.
Ela soltou uma risadinha, sorrindo ao ver o anel em seu dedo.
| Luciana | (Eu sei que disse que você não precisava vir, mas desde o começo até o fim, eu dependi de você o tempo todo)
Pensando bem, Luciana se lembrou da expressão arrasada no rosto de sua amada empregada após chamá-la de desnecessária.
E então a Luciana prometeu pedir desculpas à empregada, mas por enquanto é a amiga que está diante dela que precisa de atenção.
Luna ficou parada, ainda atordoada. Sua cabeça lentamente se virou para olhar sua mão e lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Ela se virou para a Luciana, o rosto molhado de lágrimas.
| Luna | [Eu... sinto muito, Luciana]
Luna, tendo voltado a si, caiu no chão em uma pilha amassada.
| Luciana | [Luna!]
Luciana pegou a Luna nos braços, o impacto do harisen parece ter deixado a garota em estado de choque, sua consciência fraca e suas forças minadas. Luna apoiou-se fortemente na amiga.
| Luciana | [Você está bem? Dói em algum lugar?]
| Luna | [Por que você está preocupada... comigo? Eu disse todas aquelas coisas horríveis. Eu até tentei te matar. Mas você ainda está...]
| Luciana | [Isso foi por causa daquela magia estranha que você estava usando, certo? Você não precisa se preocupar com isso]
| Luna | [Não, você está errada... eu enlouqueci com esse poder, mas isso... realmente é como eu me sinto...]
A magia negra afetou seu estado mental, mas não teria funcionado se a Luna não tivesse verdadeiramente nutrido tais sentimentos. Afinal, é verdade que a Luna sente muito ciúme pela Luciana ser mais inteligente, mais bonita e mais amada pelas pessoas maravilhosas ao seu redor.
Quão feio, quão terrivelmente hediondo é seu coração, está tão clara sua feiura interior agora que a magia negra não mais turva seus pensamentos.
| Luna | (Que pessoa horrível eu sou...)
Luna continuou a derramar lágrimas.
| Luciana | [Já chega, Luna. Você ainda está sendo controlada? Com o que você está se preocupando agora?]
| Luna | [O qu..?]
| Luciana | [Não é natural termos um pouco de ciúme das outras pessoas? Até para mim, há coisas que você tem das quais tenho ciúmes. Se você ainda não entendeu, acho que você realmente precisa refletir sobre isso!]
As palavras de repreensão da Luciana deixaram a Luna perplexa. Luciana tem inveja dela? Por que?
| Luciana | [... Seu rosto diz que você ainda não entendeu. Bem. Então ouça. Vou te contar tudo sobre as coisas maravilhosas que você tem]
Luciana fez uma pausa para respirar e começou a listar com confiança as coisas pelas quais inveja a Luna.
Primeiro foi o quão dedicada e trabalhadora a Luna é. Luciana estava com ciúmes pela Luna ter tirado a décima nota máxima no semestre, sem precisar de uma certa empregada espartana para conduzir seus estudos. Se a Luciana tivesse estudado sozinha, com certeza teria relaxado.
Em segundo lugar está a confiança inabalável da Luna ao enfrentar coisas novas. No primeiro dia no dormitório, foi a Luna quem tomou a iniciativa de conhecer a Luciana pela primeira vez. Mais tarde, foi a Luna também quem aliviou a tensão da Luciana quando se reencontraram na aula. Luciana inveja aquela coragem dela.
| Luciana | [E a terceira coisa é o seu sorriso]
| Luna | [Meu sorriso?]
| Luciana | [Seu sorriso. É um sorriso muito gentil e amável, que pode fazer os outros sorrirem de volta. É disso que tenho mais ciúme. Eu gostaria de poder sorrir como você]
| Luna | [... Por algo bobo assim?]
| Luciana | [Sim, por algo assim. Mas você sabe, do jeito que eu vejo, eu me senti da mesma maneira quando você mencionou as coisas pelas quais você estava com ciúmes de mim]
| Luna | [D-de jeito nenhum. As coisas que você tem são muito mais importantes do que o que eu tenho]
| Luciana | [E o que você tem é muito mais importante para mim, Luna. E não há ninguém que possa substituir isso]
| Luna | [Luciana...]
| Luciana | [É por isso que você não precisa chorar. Não mais. Em vez disso, me dê um sorriso. O sorriso encantador de sempre que eu adoro, que eu invejo. Okay?]
Luna pôde sentir seu coração começar a relaxar ao olhar para o sorriso gentil da Luciana.
| Luna | [... Tudo bem]
Luna riu sem jeito e enquanto segurava as lágrimas.
| Luna | (Não consigo parar de invejar a Luciana, mas... mesmo assim, ainda...)
| Luna | [Luciana, dessa vez, podemos... podemos ser amigas de verdade...]
| Rei Demônio | 『... Que totalmente inútil』
| Luna | [O qu-?!]
Assim que a Luna estendeu a mão para pegar a mão da Luciana, uma rachadura apareceu no espaço ao redor delas. Desde que a magia negra que criava este espaço se dissipou, a sala de aula começou a voltar à sua forma original, mas nesse intervalo, uma sombra surgiu atrás da Luciana.
Ela demorou a perceber, um homem baixo emergiu daquela escuridão, uma névoa negra saindo de sua figura. Ele ergueu a mão no ar, segurando uma espada que atraía a névoa.
| Rei Demônio | 『Não precisamos de um peão inútil. Agora pereça』
E desceu impiedosamente.
| Annemarie | [Pare aí! 『Ataque de Meteoro (Estrela Cadente)』!]
Um projétil de poder mágico em forma de estrela voou pelo ar, tirando a espada arqueada de sua trajetória e permitindo que as garotas recuassem para um lugar seguro.
| Max | [Christopher, vamos!]
| Christopher | [Estou bem atrás de você!]
Com suas palavras como sinal, os dois investiram em direção à sombra e atacaram juntos, suas espadas desenhando arcos em direção ao alvo. O agressor, Buque Kischel, saltou para trás para evitar o ataque sincronizado.
| Buque | [...]
Seus olhos vazios e sem luz observaram cuidadosamente enquanto o Christopher e os outros se reagrupavam.
| Christopher | [Parece que será igual à última vez]
Os olhos do Buque se estreitaram com a provocação do Christopher.
| Rei Demônio | 『Lixo, não precisa interromper...』
| Christopher | [Então o que isso faz de você, quando lixo como nós pode continuar interrompendo?]
Christopher alfinetou seu oponente com palavras baratas, exibindo uma aparência barulhenta para esconder seu nervosismo interno.
| Rei Demônio | 『Todos fracos, pensando que pode parar-... guh?!』
Buque parou de repente, suas palavras interrompidas. Seus olhos de repente se arregalaram, sua respiração tornou-se irregular e ele apertou o peito como se estivesse com dor. Palavras calmas, baixas demais para os outros ouvirem, saíram de seus lábios.
| Buque | [Não. Não vou deixar ninguém me controlar... por mais tempo]
Sem a pressão da magia negra da Luna, Buque lutou para tomar o controle dos remanescentes do Rei Demônio. Ele lutou com uma fúria frenética, e a névoa se reuniu ao seu redor, como se tentasse suprimir sua luta. Com um grito repentino, Buque saltou pela janela, saindo da sala de aula agora que ela havia retornado ao seu estado normal.
A mudança repentina deixou o Christopher e os outros momentaneamente atordoados, mas eles se recuperaram rapidamente e saíram correndo da sala de aula em sua perseguição. A essa altura, porém, eles haviam perdido seu rastro mais uma vez.
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