Capítulo 2: Escape da Floresta!
Afinal, sou só um cara comum, o Osan, que acabou se metendo em um mundo estranho.
É como um outro mundo: tem status aberto e dá até para vender online. Que tipo de habilidade é essa? Parece coisa de sonho.
Enquanto isso, comi macarrão instantâneo e pão para me acalmar. Humanos ficam mais otimistas de barriga cheia.
Mas no momento, estou quebrado. Preciso encontrar pessoas, ganhar dinheiro negociando ou trocando coisas.
Se eu vender coisas online com o dinheiro que conseguir, comprando barato e vendendo caro... acho que dá para lidar com a situação, né? É a velha tática clássica.
Um saco de pimenta para reposição por 100 ienes deve valer uma fortuna aqui, certo? Parece fácil agora.
Mas, para fazer isso, primeiro tenho que sair dessa floresta.
— E agora, o que faço...?
Comprei uma bússola no Shangri-La por 1.500 ienes. Isso deve me dar uma noção de direção. Como o ponteiro aponta consistentemente para um lado, parece que existe um campo magnético neste mundo.
E, um pouco caro, mas adquiri uma bicicleta de montanha por 20.000 ienes. Analisei as avaliações do produto e comprei a que tinha a melhor classificação.
Apesar de haver relatos de que algumas bicicletas quebram o quadro com impactos fortes, não posso desperdiçar aqui, então decidi arriscar.
Bem, vamos descobrir como lidar com isso.
Ainda assim, o **item box** é realmente útil. Comprei muitas coisas e não tenho como carregar tudo manualmente.
Com essa caixa, talvez eu possa até trabalhar como entregador. Provavelmente, sou o único com acesso a um **item box**.
— Agora, vamos lá!
Subi na bicicleta e segui em frente, verificando a bússola enquanto atravessava a floresta. Não há motivo para pressa. Tenho comida e estou confortável por enquanto.
**Dois dias pedalando na bicicleta.**
Apesar do ritmo lento, já devo ter percorrido dezenas de quilômetros, mas ainda não vejo o fim da floresta.
Quão grande é essa floresta? Há enormes coníferas alinhadas infinitamente, e não parece algo natural...
Florestas primárias costumam ser uma bagunça de árvores de coníferas e de folhas largas.
Parei para descansar e beber água. Depois, passei repelente de insetos retirado do **item box** pelo corpo inteiro.
Afinal, há muitos insetos na floresta.
Enquanto avançava, comia os alimentos comprados no Shangri-La e aproveitava para testar as funções do **item box** e da **lixeira mágica**.
Por exemplo, insetos vivos não entram na caixa, mas um inseto morto é absorvido e aparece como [Inseto (Besouro)] × 1.
E as plantas? Mesmo que eu coloque mudas retiradas com uma pá, o **item box** as registra como [Muda] × 1.
Algumas plantas têm nomes únicos, o que é interessante.
E mais: se eu colocar um copo de água quente, ele permanece intacto. Não esfria com o tempo, sempre fica na mesma temperatura.
Parece que dá para fazer algo interessante com isso. Carne e vegetais, por exemplo, não apodrecem se armazenados na caixa.
Quanto à **lixeira mágica**, é uma caixa preta que engole tudo. Seja saco de biscoito vazio ou restos de macarrão instantâneo, basta apertar o botão de redemoinho e... desaparece.
Não faço ideia para onde vão, mas parece ter a mesma regra da **item box**: nada vivo entra.
Talvez haja um sistema de segurança que impede o envolvimento de humanos ou criaturas vivas.
**Meu segundo dia está prestes a terminar neste novo mundo.**
Desci da bicicleta cedo e procurei uma árvore para montar acampamento. Preparei o local e montei uma barraca para uma pessoa, que comprei no Shangri-La por 2.000 ienes.
O clima durante o dia é ameno e um pouco quente, mas pela manhã fica mais frio, então também adquiri um saco de dormir por 2.000 ienes.
Para acender fogo, comprei um acendedor e um fogareiro a gás compatível com cilindros de cassete — 2.500 ienes no total.
Com fogo, posso me aquecer e manter animais afastados.
Hoje, decidi me dar ao luxo de fazer um yakiniku. Comprei 1,5 kg de carne suína fatiada por 2.000 ienes. O que sobrar, guardo no **item box**.
Para o molho, escolhi meu favorito: molho de jingisukan. Apesar de jingisukan ser tradicionalmente feito com carne de cordeiro, o molho combina perfeitamente com yakiniku. Uma porção custou 1.000 ienes.
E, claro, yakiniku combina com arroz. Comprei 24 porções de arroz embalado por cerca de 3.000 ienes.
Para aquecer o arroz, ferver água no fogão e grelhar a carne ao mesmo tempo, comprei outro fogareiro a gás e uma grelha por 1.000 ienes. Acendi o fogo, coloquei a carne e logo o cheiro delicioso começou a se espalhar, junto com a fumaça branca.
Como estou ao ar livre, não preciso me preocupar com a fumaça. Grelhei dois ou três pedaços de carne e provei.
— Delicioso! É bom demais!
Para o meu paladar simples, carne barata já é suficiente. Mas no Shangri-La também vendem carnes de primeira. Talvez, se eu ganhar mais dinheiro, consiga comprar um pouco.
Se isso realmente é um outro mundo, pode haver carnes deliciosas exclusivas daqui. Procurar alimentos assim seria uma aventura digna deste lugar.
Com o arroz aquecido, servi tudo em pratos de papel. Eles não precisam ser lavados; basta descartá-los na **lixeira mágica** depois de usados.
Já a grelha e o fogão precisam ser limpos. Para remover a gordura, dá para comprar álcool e passar um pano.
— Yakiniku com arroz é a melhor combinação! E comer ao ar livre faz tudo parecer ainda mais gostoso.
Mas, enquanto eu estava encantado com o yakiniku, não percebi o perigo que o cheiro estava atraindo.
Depois de comer e relaxar, notei algo estranho. Uma sombra negra apareceu no meu campo de visão. Olhei ao redor novamente.
Eram cerca de 10 criaturas sombrias, grandes, com aparência de lobos, me cercando. Pelo visto, o cheiro da carne os atraiu.
Com um cheiro tão forte na montanha, era óbvio que animais viriam.
Imediatamente, me arrependi da imprudência. Mas arrependimentos não adiantam agora. Já está escurecendo.
— Droga! Preciso de armas! Alguma coisa!
Peguei uma tora em chamas da fogueira e joguei em direção aos lobos negros. Ao mesmo tempo, abri o menu do Shangri-La procurando por armas.
— Armas! Que tal um arco?
Não. Nunca usei um arco. Por mais poderoso que seja, duvido que acertaria algo agora.
Também há bestas que parecem armas de fogo, mas eu não faço ideia de como manuseá-las.
No entanto, na mesma página de busca onde estava o arco, encontrei algo mais interessante: uma atiradeira que dispara balas usando elásticos.
— É isso! Essa eu sei usar.
Lembrei que já tinha comprado uma dessas no Shangri-La para espantar os corvos do jardim de casa. Então, adquiri exatamente o mesmo modelo.
Junto com a atiradeira, comprei esferas de aço de 9mm como munição e um conjunto de fogos de artifício cintilantes. Esses fogos já tinham assustado até o cachorro de casa antes, então imaginei que também funcionariam contra aquelas criaturas negras.
A atiradeira custou 6.000 ienes, o kit de fogos de artifício 3.000 ienes, e as esferas de aço, 8.000 ienes.
Assim que os itens apareceram no chão, usei o fogo da fogueira para acender os pavios dos fogos. Lancei três deles na direção das criaturas.
As faíscas brancas explodiram como uma fonte, iluminando a área com intensidade e soltando fumaça. O clarão assustou os lobos negros, que começaram a recuar, visivelmente confusos.
— Isso mesmo!
Sem perder tempo, tirei as esferas da embalagem, coloquei algumas no bolso e comecei a disparar com a atiradeira.
Primeiro disparo, segundo, terceiro — acertei uma das criaturas no quarto tiro, ajustando a mira.
— Gan!
O lobo atingido soltou um gemido semelhante ao de um cachorro.
Continuei atirando e lançando mais fogos de artifício. Uma das criaturas tentou avançar, mas ao ser atingida por uma bala em um ponto crítico — talvez o olho ou o nariz —, gritou e fugiu.
Essa atiradeira era potente o suficiente para perfurar placas finas de madeira compensada.
Com a prática, minha precisão foi aumentando. Passei a disparar duas, até três balas por vez.
— Gang! Cang!
Um ou dois lobos caíram. Quando o que parecia ser o líder — um pouco maior que os outros — fugiu, o restante seguiu atrás. Não faziam ideia do que estava atacando-os.
— Fuuuuu...
Dei um longo suspiro, sentindo meu corpo afrouxar. Caí de bunda no chão. Foi por pouco, mas consegui lidar com a situação.
Mesmo assim, fui descuidado. Até agora não tinha encontrado nenhum animal e, por isso, minha vigilância tinha diminuído.
Apressei-me em desmontar a barraca e guardar todas as ferramentas de yakiniku no **item box**. Era perigoso permanecer ali.
Embora estivesse escuro, montei na bicicleta e comecei a pedalar. Sabia que as criaturas poderiam voltar — animais selvagens são surpreendentemente persistentes.
Mais uma vez, agradeci pelo **item box**. Graças a ele, pude pedalar com as mãos livres, focando apenas em escapar dali.
Estava tão escuro que era impossível enxergar. A bicicleta até tinha uma luz, mas ela não ajudava muito no breu total.
Para resolver isso, abri a tela do Shangri-La e comprei um **headlamp**, aqueles faróis que se usam na cabeça, geralmente em minas. Custou 3.000 ienes e tinha 300 lumens de potência. Como ele funcionava com pilhas AA, aproveitei e comprei 20 pilhas em um pacote por 600 ienes.
Assim que coloquei as pilhas e ajustei o headlamp na cabeça, liguei o interruptor.
— Uau! Que brilho!
A luz era tão forte que parecia até capaz de cegar alguém. Com isso, pelo menos, eu conseguiria enxergar claramente à frente.
Pedalei a bicicleta com o coração disparado, tentando me afastar do lugar horrível onde quase virei comida de lobo.
**"Tenho que sair daqui! Tenho que sair daqui!"**
Eu não conseguia pensar em nada, apenas repetia isso na cabeça, como se fosse um mantra.
Após umas duas horas de pedalada no escuro, encontrei um espaço entre as árvores para montar o acampamento. Estava exausto.
Comprei lenha no Shangri-La — 2.000 ienes — porque não queria procurar no escuro. Enquanto a fogueira iluminava ao redor, montei a barraca. Apesar de já ter comprado tantas coisas, o **item box** ainda não dava sinais de estar cheio. Não havia nenhum indicador de capacidade.
Embora estivesse cansado, o medo não me deixava dormir. Fiquei o tempo todo pensando se seria atacado novamente.
Considerei comprar uma besta como arma, mas o preço era proibitivo: entre 40.000 e 60.000 ienes. Depois de gastar tanto até agora, não queria estourar meu orçamento sem saber o que mais enfrentaria no futuro.
De alguma forma, decidi que, se algo aparecesse, usaria a luz para cegar o inimigo e o estilingue para afastá-lo. Mas sabia que isso era apenas uma esperança frágil.
Passei a noite inteira acordado, sentado ao lado do fogo, esperando o amanhecer. Pela primeira vez, senti o quão aterrorizante podia ser uma noite no meio de um mundo desconhecido. Meu otimismo de antes parecia ridículo.
Quando o céu começou a clarear, senti um alívio enorme. Rapidamente guardei tudo no **item box**, pulei o café da manhã e subi na bicicleta. Só queria sair daquele maldito bosque o mais rápido possível.
Após pedalar por cerca de cinco horas enquanto comia pão tirado do **item box**, comecei a sentir um cansaço intenso. Meu corpo estava todo dolorido, especialmente o traseiro, de tanto tempo no selim.
Já estava quase parando para descansar quando percebi uma luz mais forte à frente. Ao me aproximar, vi que era uma clareira no meio da floresta.
A grama ali era alta, chegando quase à altura de uma pessoa. Embora o bosque tivesse terminado, o caminho estava bloqueado por um "muro" verde de plantas densas.
— Finalmente o bosque acabou... Mas agora é a grama que me atrapalha.
Mesmo assim, queria saber o que havia do outro lado. Abri o Shangri-La e comprei uma **escada dobrável de alumínio com seis degraus** por 9.000 ienes. Era cara, mas parecia minha única opção.
Com a escada montada, ela atingia cerca de 5 metros de altura. Também comprei um **monóculo** por 1.000 ienes para observar mais longe.
Antes de subir, lembrei-me de que acidentes com escadas eram comuns. Apesar de ser uma subida fácil, uma queda de alguns metros poderia ser fatal em um lugar como este. No mínimo, qualquer ferimento seria um risco enorme.
Subi devagar, tomando cuidado, até alcançar o topo. Lá de cima, pude ver por cima da grama alta. No horizonte, notei algo que me encheu de esperança: uma cidade cercada por muros.
Olhando pelo monóculo, vi pessoas se movendo dentro da cidade. Havia uma estrada que partia dela e parecia passar perto da floresta.
Pelo visto, eu vinha pedalando paralelamente àquela estrada. Se eu me deslocasse para a direita, provavelmente encontraria o caminho direto.
— Consegui...
Ao perceber que finalmente tinha uma direção clara, um alívio tão grande tomou conta de mim que não consegui resistir. Desci da escada, sentei-me na raiz de uma árvore e apaguei de cansaço.
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